O campeão entre os mineiros é o deputado federal João Magalhães (PMDB), que ao longo de sua vida política assinou fichas de filiação oito vezes, em seis partidos. O peemedebista começou a carreira no PDS, onde permaneceu durante nove anos, entre 1980 e 1989, quando migrou para o extinto PFL, hoje DEM. Em 1994, foi para o PP, legenda que deixou no ano seguinte para filiar-se ao PPB. Em 1996, voltou para o PFL, desfiliando-se novamente em 1997, para entrar no PMDB. Em 2003 foi para o PTB, e no mesmo ano voltou para o PMDB, onde permanece até hoje.
Em números absolutos, na Assembleia Legislativa mineira os parlamentares costumam ser mais fiéis às suas legendas que os colegas de Brasília – mas nem todos. É o caso de Leonardo Moreira (PSDB), Antônio Genaro (PSC) e Leonídio Bouças (PMDB), todos com cinco partidos no currículo político. O tucano pertenceu ao PL, PFL, PTB e DEM antes de chegar à atual legenda. Antes do PSC, Antônio Genaro foi dos quadros do PP, PSD, PFL e PL. O deputado estadual Leonídio Bouças tem no histórico filiações ao PFL, PST, PTB e PSC.
Justiça
No mundo dos que trocam de partidos, os mineiros não são exceção. Tanto que a infidelidade partidária foi parar na Justiça e ganhou um freio em outubro de 2007. Isso porque os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entenderam na ocasião que os mandatos pertencem aos partidos, e não aos candidatos. A sentença deveria ser aplicada a todos aqueles que deixaram o partido pelo qual se elegeram a partir de 27 de março de 2007. A decisão foi tomada ao julgar um mandado de segurança proposto pelo DEM, PPS e PSDB, que pediam o mandato de 23 infiéis.
Só não perde o mandato se o partido de origem não requisitá-lo à Justiça Eleitoral, se a mudança se der por justa causa ou se a nova filiação for para um partido recém-criado. Duas dessas exceções foram usadas pelo deputado estadual João Vítor Xavier (PSDB) para trocar de legenda. Eleito pelo PRP nas eleições de 2010, o parlamentar se filiou no meio de 2012 ao Partido Ecológico Nacional (PEN). Menos de um ano depois, migrou para o PSDB alegando justa causa: um aumento na taxa de contribuição partidária de 5% para 10%. O PSDB, segundo ele afirmou na ocasião, permite a contribuição espontânea, no valor que o filiado achar justo.
Oito já mudaram de lado até agora
Pelo menos oito deputados estaduais e federais mineiros trocaram de legenda nos últimos dias. Outras alterações ainda podem acontecer, já que o prazo de filiação para quem pretende disputar as eleições em 2014 termina amanhã. Até agora nenhuma das alterações foi comunicada à direção da Assembleia. Gustavo Perrella e Tenente Lúcio deixaram o PDT. O filho do senador Zezé Perrella (PDT) foi para o recém-criado Partido Repúblicano da Ordem Social (PROS). Votado na região do Triângulo, Tenente Lúcio recebeu proposta do PROS e também do PSB. Também se filiou ao PROS a deputada estadual Liza Prado, que era do PSB. Antônio Arantes, que estava sem partido desde que deixou o PSC, foi para o PSDB, mesma legenda de seu maior rival, Rêmolo Aloise (PSDB), prefeito de São Sebastião do Paraíso, no Sudoeste do estado, com quem disputa base eleitoral.
Os deputados federais Jaime Martins (ex-PR) e José Humberto (ex-PHS) foram para o PSD, engrossando a bancada do partido em Brasília, que já conta com 44 parlamentares. Ademir Camilo, que era do PDT, já está filiado desde a semana passada no PROS e deve presidir a legenda no estado. O presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, deixou o PSDB e foi para PP, da base aliada do governo Antonio Anastasia.
Há rumores de que o deputado estadual Antônio Genaro esteja de partida do PSC, levando também seu sobrinho, o deputado federal Stefano Aguiar. Sua assessoria nega. O PSD, que ganhou dois deputados federais, pode perder outros parlamentares na Assembleia, mas ainda não há confirmação. O deputado federal Dr. Grilo, do PSL, também pode deixar a legenda, mas ainda não há confirmação.