Dinis Pinheiro poderá compor a chapa majoritária com Pimenta da Veiga, - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press - 13/3/13 Dois movimentos políticos às vésperas do prazo final – amanhã, 5 de outubro – para que candidatos às eleições de 2014 se filiem aos partidos pelos quais pretendem concorrer dão o tom da disputa pelo Palácio da Liberdade que se anuncia. De um lado, o empresário Josué Gomes da Silva ingressou no PMDB, a partir de articulação conduzida pessoalmente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De outro, o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro, deixou o PSDB para filiar-se ao PP, em negociação ungida pelo senador Aécio Neves (PSDB).
Os dois principais lances na reta final do aquecimento do jogo eleitoral sinalizam para nova polarização dos grupos políticos no estado. No campo tucano, Dinis se cacifa para ser o vice da chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB). No campo petista-peemedebista, Josué vem para compor a chapa liderada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), sem que seja descartada, contudo, a hipótese de o novo filiado do PMDB encabeçar a coligação se o contexto assim sugerir. É a réplica do embate nacional protagonizado por dois belo-horizontinos: a presidente petista Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e o tucano Aécio Neves, que se afirma em seu partido como candidato ao Palácio do Planalto.
A chapa majoritária do PSDB, partido que há quase 12 anos comanda o governo de Minas, caminhava para ser do tipo “sangue-puro”. Agora, com o ingresso de Dinis Pinheiro no PP, poderá contemplar outra fiel legenda da base aliada no estado. Neste momento, Dinis Pinheiro desponta como opção mais provável para a composição da chapa majoritária. Ele foi por duas eleições consecutivas o deputado estadual mais votado e, à frente da Presidência da Assembleia Legislativa, surpreendeu com um mandato voltado para o debate itinerante pelas regiões do estado sobre políticas públicas de combate à pobreza, de mobilidade urbana e da saúde, temas até então reivindicados pelo PT. Com boa penetração junto ao eleitorado popular, ele seria, em tese, o complemento para a candidatura de Pimenta da Veiga. Além disso, pelo PP, o deputado abriria em Minas a defecção em relação à direção nacional do partido, que deverá apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.
Josué Gomes da Silva é cotado até mesmo para encabeçar a coligação da oposição em Minas - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 14/6/13 Embora o governador Antonio Anastasia (PSDB) tenha declarado que não deseja concorrer no ano que vem, ele deverá se desincompatibilizar em 5 de abril, cotado para ser o candidato do grupo ao Senado Federal. Como curinga, a vaga para o Senado, contudo, ficaria aberta para as negociações políticas com a base aliada, principalmente com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Quando Anastasia deixar o governo, o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), que também aspira à indicação para concorrer ao governo de Minas, assumirá o comando do estado. Governador por nove meses, Alberto Pinto Coelho apoiaria a indicação do colega de partido, Dinis Pinheiro, para vice na chapa majoritária do grupo.
No campo da oposição ao governo tucano no estado, Josué Gomes da Silva vem reforçar o time que tentará arrancar do PSDB o governo de Minas. Pelo momento, com maior recall e melhor desempenho nas pesquisas, Fernando Pimentel é o mais cotado para encabeçar a chapa. Mas muita água passará por debaixo da ponte até o ano que vem. O filho do ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva, que compôs a chapa vitoriosa capital-trabalho com Lula em 2002 e em 2006, é a nova aposta aposta de Lula.
Para o Senado Federal, a chapa PT-PMDB poderá apresentar a candidatura à reeleição de Clésio Andrade, que ameaçou sair, mas, ao final, após conversa com o vice-presidente da República, Michel Temer, decidiu permanecer no PMDB. Com isso, Antônio Andrade (PMDB), ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que antes da filiação de Josué era tido como nome certo para ser vice de Fernando Pimentel, poderá ter de disputar a indicação para o Senado com Clésio Andrade.
Irmã vai para o DEMA filiação de Dinis Pinheiro ao PP provocou a reação de democratas, que desejavam vê-lo na legenda. A questão transbordou para a Executiva Nacional, de onde veio a reclamação, ontem: “O PP vai apoiar o Aécio nacionalmente? Quem é leal ao Aécio são os democratas”. Para acalmar os ânimos, Dinis Pinheiro contará com a filiação de sua irmã Ione Pinheiro ao DEM. Ela herdará a sua base política como deputado estadual e poderá ter uma das votações mais expressivas no ano que vem.