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Se abocanhar uma parcela maior do eleitorado que hoje simpatiza com Marina, a atual presidente reforça suas probabilidades de uma vitória no primeiro turno - atualmente, ela aparece com mais votos do que a soma dos adversários, condição necessária para encerrar a disputa sem uma segunda rodada.
Mas essa é a fotografia do panorama atual, a um ano da eleição, e muito pode mudar até lá. A possível migração de uma parcela maior de “marineiros” para a candidata do PT pode ser efeito de “recall” - diferentemente de Aécio e Campos, ela participou da última campanha, aparece regularmente na televisão e, por isso, tem o nome mais conhecido entre os três. Nada impede que os simpatizantes de Marina, nas próximas pesquisas, engrossem mais a ala oposicionista.
Potencial
O levantamento sobre probabilidades de migração de eleitores é possível porque o Ibope não mede apenas a preferência pelos candidatos, mas seu potencial de votos. Os entrevistadores citam os nomes de todos os concorrentes, um a um, e pedem que os eleitores digam se votariam neles com certeza, se poderiam votar ou se não votariam de jeito nenhum.
De acordo com a última pesquisa, feita entre 12 e 16 de setembro, Marina tinha intenção de voto de 16%, mas seu potencial de voto (soma das respostas “com certeza” ou “poderia”) chegou a 43%.
Antecedentes, Em 2010, quando Marina concorreu pelo Partido Verde e não passou do primeiro turno, quem herdou a maior parcela de seus eleitores foi o tucano José Serra, adversário de Dilma.
No segundo turno, Serra foi escolhido por aproximadamente metade dos que haviam optado por Marina na primeira rodada da eleição. Um terço migrou para Dilma e os demais 15% anularam ou votaram em branco (quase o triplo da média do total do eleitorado). Dilma foi eleita porque partiu de um patamar de votos obtidos no primeiro turno 44% maior que o tucano.
O Ibope conseguiu medir a migração dos eleitores, na época, porque fez uma pesquisa no dia do segundo turno, na casa dos entrevistados, tanto com eleitores que já haviam votado quanto com quem ainda iria votar. Foi uma pesquisa diferente da boca de urna, que é realizada apenas nos locais de votação. O instituto perguntou em quem os eleitores haviam votado no primeiro turno e em quem votaram ou pretendiam votar no turno final.