A rejeição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do registro da Rede Sustentabilidade e a indefinição da principal liderança da legenda, a ex-senadora Marina Silva, sobre seu futuro partidário abriram uma crise entre seus apoiadores. O principal bombardeio veio da própria Rede. Em um texto publicado em seu blog, um dos principais apoiadores do partido, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), disse que Marina falha como operadora política, comete "equívocos de avaliação estratégica e tática", cultiva um processo decisório caótico, "reage mal às críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares". Ele chamou a sua manifestação de "sincericídio".
Anteontem, depois do encerramento da sessão do TSE que sepultou a possibilidade de Marina ser candidata pela Rede nas eleições de 2014, Sirkis e outros apoiadores da sigla se reuniram de madrugada com Marina para pressionar a ex-senadora a decidir ainda ontem seu destino político. Para disputar ano que vem, ela tem até hoje para se filiar a alguma legenda. Segundo relatos de integrantes da Rede, os dois discutiram. Sirkis, que deixou o PV ontem, reclamou que a ex-senadora estava pensando apenas nela e deixando de lado os companheiros, especialmente os que têm mandato eletivo e precisam de uma legenda para participar da disputa. Segundo ele, os erros começaram em 2010. "A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos à mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV", avaliou ele.
Apesar das críticas, o deputado federal disse que permanece atuando para viabilizar a Rede e que pretende apoiar o nome de Marina, caso ela saia mesmo candidata. Apesar de adiar para hoje seu destino partidário, a ex-senadora deu pistas de que pretende ser candidata ano que vem. "Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros, mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica", afirmou o deputado.
Em entrevista coletiva no fim da tarde de ontem, a ex-senadora minimizou as críticas de Sirkis. Para ela, os aliados da Rede participaram de uma reunião "tensa" na noite de anteontem, após a decisão do TSE, e devem ter precisado "descarregar a tensão" de alguma forma. "Nós ficamos até tarde numa reunião cansativa. Depois, o Alfredo teve que ir ao Rio de Janeiro e não tivemos a oportunidade de conversar hoje, mas o que aconteceu na reunião tinha a ver com um momento de muita tensão, em que as pessoas estavam colocando o seu posicionamento. Cada um que saiu da reunião foi descarregar as suas tensões escrevendo alguma coisa para acalmar o coração", disse Marina.
Filiações
Os simpatizantes da Rede não esperaram o anúncio da líder, adiado para hoje, para se abrigar em partidos pelos quais poderão disputar as eleições do ano que vem. Alguns decidiram ficar nas atuais legendas e outros optaram por se filiar em uma das novas siglas criadas recentemente.
O deputado federal Domingos Dutra (MA) se filiou ao Solidariedade, legenda articulada pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Ele deixou o PT, partido do qual foi fundador no Maranhão há 33 anos, por causa da aliança da legenda no estado com o grupo do senador José Sarney (PMDB-AP). O parlamentar disse estar frustrado com a negativa para a formação da Rede. "Estou decepcionado e frustrado. Levamos sete meses para tentar montar a Rede e agora morremos na praia", afirmou. Dutra tinha convite para se filiar ao PSB, mas preferiu um partido novo para evitar ser enquadrado na punição por infidelidade partidária. Miro Teixeira (PDT-RJ) foi para o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O deputado federal Walter Feldman (SP), que deixou o PSDB para ingressar no Rede, ainda não definiu seu futuro.
Anteontem, depois do encerramento da sessão do TSE que sepultou a possibilidade de Marina ser candidata pela Rede nas eleições de 2014, Sirkis e outros apoiadores da sigla se reuniram de madrugada com Marina para pressionar a ex-senadora a decidir ainda ontem seu destino político. Para disputar ano que vem, ela tem até hoje para se filiar a alguma legenda. Segundo relatos de integrantes da Rede, os dois discutiram. Sirkis, que deixou o PV ontem, reclamou que a ex-senadora estava pensando apenas nela e deixando de lado os companheiros, especialmente os que têm mandato eletivo e precisam de uma legenda para participar da disputa. Segundo ele, os erros começaram em 2010. "A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos à mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV", avaliou ele.
Apesar das críticas, o deputado federal disse que permanece atuando para viabilizar a Rede e que pretende apoiar o nome de Marina, caso ela saia mesmo candidata. Apesar de adiar para hoje seu destino partidário, a ex-senadora deu pistas de que pretende ser candidata ano que vem. "Ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros, mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica", afirmou o deputado.
Em entrevista coletiva no fim da tarde de ontem, a ex-senadora minimizou as críticas de Sirkis. Para ela, os aliados da Rede participaram de uma reunião "tensa" na noite de anteontem, após a decisão do TSE, e devem ter precisado "descarregar a tensão" de alguma forma. "Nós ficamos até tarde numa reunião cansativa. Depois, o Alfredo teve que ir ao Rio de Janeiro e não tivemos a oportunidade de conversar hoje, mas o que aconteceu na reunião tinha a ver com um momento de muita tensão, em que as pessoas estavam colocando o seu posicionamento. Cada um que saiu da reunião foi descarregar as suas tensões escrevendo alguma coisa para acalmar o coração", disse Marina.
Filiações
Os simpatizantes da Rede não esperaram o anúncio da líder, adiado para hoje, para se abrigar em partidos pelos quais poderão disputar as eleições do ano que vem. Alguns decidiram ficar nas atuais legendas e outros optaram por se filiar em uma das novas siglas criadas recentemente.
O deputado federal Domingos Dutra (MA) se filiou ao Solidariedade, legenda articulada pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Ele deixou o PT, partido do qual foi fundador no Maranhão há 33 anos, por causa da aliança da legenda no estado com o grupo do senador José Sarney (PMDB-AP). O parlamentar disse estar frustrado com a negativa para a formação da Rede. "Estou decepcionado e frustrado. Levamos sete meses para tentar montar a Rede e agora morremos na praia", afirmou. Dutra tinha convite para se filiar ao PSB, mas preferiu um partido novo para evitar ser enquadrado na punição por infidelidade partidária. Miro Teixeira (PDT-RJ) foi para o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). O deputado federal Walter Feldman (SP), que deixou o PSDB para ingressar no Rede, ainda não definiu seu futuro.