Jornal Estado de Minas

Grande BH

Nove meses após posse, três dos 18 compromissos de prefeitos foram cumpridos

Estado de Minas voltou à região e vai mostrar na série de reportagens que começa neste domingo que poucas demandas se tornaram realidade

Alice Maciel
Sem a contenção da represa Várzea das Flores, Maria Aparecida teme que córrego transborde - Foto: Beto Novaes/EM/D.A PressO que os prefeitos, que tomaram posse em janeiro, começaram a fazer para cumprir as promessas de campanha? No fim do ano passado, o Estado de Minas pediu aos administradores de 29 das principais cidades do estado que listassem três propostas prioritárias de seu governo, com prazos para cumprimento e previsão de gastos. Passados nove meses de mandato, o EM voltou a esses municípios e vai mostrar na série de reportagens que começa hoje que poucas demandas se tornaram realidade, algumas foram encaminhadas, mas que há outras sem sinal de como ou quando serão cumpridas. Falta de dinheiro, excesso de burocracia e dificuldades em obter licença ambiental são os argumentos dos gestores para não terem iniciado as obras. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), das 18 propostas dos prefeitos de Contagem, Betim, Nova Lima, Ribeirão das Neves, Esmeraldas e Santa Luzia, apenas três foram efetivadas.
Confira o especial Promessas dos Prefeitos


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Betim

Contagem

Esmeraldas

Nova lima

Ribeirão das Neves

Santa Luzia

Moradora do Bairro Nossa Senhora de Fátima, em Betim, Maria Aparecida, de 52 anos, espera que o prefeito Carlaile (PSDB) faça a bacia de contenção na represa Várzea das Flores, prometida na campanha. Bem próximo da casa dela, passa um córrego malcheiroso que enche durante as chuvas. “Quase todos os anos entra água na minha casa, cobre tudo. Só de armar chuva a gente já fica assustado. Todo ano eleitoral vem político aqui prometendo resolver nosso problema, mas nunca melhora nada”, reclamou. O prefeito garantiu que ainda este ano vai colocar uma válvula para controlar a represa Várzea das Flores, impedindo que os córregos transbordem.

Na saúde, Carlaile admite que ainda há muito o que fazer. Ele diz ter contratado 46 médicos do Programa Saúde da Família, mas faltam 20. O eletricista Tarcísio Gomes, de 46 anos, lamenta a falta de médicos no Hospital Regional de Betim. “A demanda deste hospital é enorme porque atende a várias cidades da região”, observou. Terceira proposta do tucano, uma clínica para dependentes químicos foi inaugurada em julho.

Em Contagem, o prefeito Carlin Moura (PCdoB) conseguiu cumprir também um compromisso: reabrir as 11 Fundações de Ensino de Contagem (Funecs). No entanto, não há previsão para entregar o hospital aos moradores dos bairros Ressaca e Nacional. O prefeito justificou que está investindo no atendimento básico. "No primeiro semestre inauguramos a UBS (Unidade Básica de Saúde) no Bairro Nacional e em agosto a UBS do Ressaca", afirmou. "Vai passar a Olimpíada e o hospital nada", comenta o aposentado Sidney Rocha, de 49 anos, que conta ter ficado mais de 24 horas esperando atendimento médico para um amigo com infarto.

Nova Lima

A placa instalada no terreno onde está sendo construída a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em frente ao Centro de Atenção Integral à Criança, em Nova Lima, diz que o término das obras seria em maio, mas ela não está pronta. O prefeito Cassinho (PMDB) garante que vai cumprir a promessa de inaugurá-la até dezembro. “Precisamos dela porque os atendimentos no Centro estão saturados. Vem gente de toda a região”, explica a empregada doméstica Raimunda Gonçalves, de 34 anos. A Unidade Básica de Saúde do Bairro Santa Rita também não foi finalizada. A intenção é transferir a que já funciona para um prédio maior. A previsão, de acordo com o Executivo, é de que ela fique pronta este mês. Já as obras das UBSs dos bairros Novo Retiro e Nossa Senhora de Fátima não foram iniciadas. A dificuldade, segundo a prefeitura, não é a obra, mas contratar médicos, enfermeiros e comprar remédios. Das 300 unidades de habitação prometidas, 160 serão entregues até o fim do ano. A duplicação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Vale dos Cristais e a construção de outras duas, na Região Central e em Bicalho, estão sendo negociadas com a Copasa.