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No Twitter, Dilma volta a criticar espionagem dos EUAEspionagem foi tema mais lembrado na CNI/IbopeDilma volta a endurecer discurso sobre espionagemEm cerimônia com Dilma, tucano critica custo de energiaDilma anuncia sistema de proteção para e-mails do governoEspionagem viola soberania nacional, diz Itamaraty"EUA e aliados devem encerrar espionagem", diz Dilma"Sistema contra espionagem deve ser melhorado", diz LobãoDilma exigirá explicações do Canadá sobre espionagemAs informações constam de uma apresentação feita numa conferência de junho do ano passado reunindo analistas das agências de espionagem de cinco países - EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O documento mostra o funcionamento de um programa de espionagem chamado Olympia e usa o Ministério como alvo.
Entre as ligações telefônicas registradas estão contatos com a Organização Latino-Americana de Energia (Olade) e com a embaixada do Brasil no Peru. O sistema é capaz de identificar até os modelos dos aparelhos celulares utilizados e rastreou, por exemplo, ligações do embaixador Paulo Cordeiro, que era baseado no Canadá e hoje trabalha no departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores.
Em entrevista ao Fantástico, o ministro Edison Lobão, do MME, disse que as ações de espionagem são graves e merecem repúdio. Ele destacou o interesse do Canadá no setor mineral brasileiro. "Há muitas empresas canadenses que manifestam interesse no país. Se daí vai o interesse em espionagem pra servir empresarialmente a determinados grupos, eu não posso dizer", afirmou. Segundo a reportagem, de cada quatro grandes empresas de mineração do mundo, três têm sede no Canadá.
Questionado sobre o prejuízo econômico que o sistema de espionagem pode ter causado ao País, Lobão disse que "isso não foi avaliado ainda". Os servidores espionados eram usados para conversas sigilosas com órgãos como a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Petrobras, a Eletrobrás, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e a presidente Dilma Rousseff.
Para ex-presidente da Eletrobras Luiz Pinguelli Rosa, ouvido pelo programa, as informações podem servir a empresas interessadas em concorrer aos leilões do pré-sal, por exemplo. "Isso pode dar uma vantagem competitiva a quem espiona", afirmou.
Procuradas pela rede de TV brasileira, a embaixada do Canadá e a NSA não comentaram a reportagem. A nota da NSA diz que os Estados Unidos estão revisando as ações de inteligência. A CSEC disse que não comenta suas atividades no exterior.
Segundo documentos fornecidos por Snowden, a NSA também espionou a Petrobras. A denúncia foi divulgada no início de setembro pelo próprio Fantástico. De acordo com a reportagem, o nome da estatal brasileira aparecia numa apresentação a novos agentes sobre espionagem a redes privadas de computador.
Os documentos não permitiam determinar desde quando a Petrobras vem sendo espionada ou a que tipo de informação a NSA teve acesso, mas a companhia possui dados sensíveis e valiosos, como os que se referem ao pré-sal. Segundo a reportagem, dependendo das informações acessadas, participantes poderiam ter vantagens na disputa do leilão de exploração do Campo de Libra, na Bacia de Campos, previsto para 21 de outubro. A Petrobras não comentou o assunto.
Depois da denúncia, a NSA enviou uma nota ao programa negando o uso das informações em benefícios de empresas americanas. No texto, a agência disse que a coleta de informações econômicas visa a prevenir crimes financeiros que possam afetar os mercados internacionais.
Dilma
No fim de agosto, o Fantástico havia trazido uma reportagem mostrando que Dilma Rousseff e seus principais assessores foram monitorados pela NSA. Conversas telefônicas e e-mails da presidente brasileira foram interceptados pelo órgão americano.
A reportagem teve acesso a uma espécie de apresentação feita para o público interno da NSA que trata de dois "estudos de caso": a presidente Dilma e o atual presidente do México, Enrique Peña Nieto, quando ainda era candidato. Não ficou claro se o esquema está ativo, se a interceptação foi feita exclusivamente por meio de redes de comunicação ou se houve espiões no Brasil ou em embaixadas.
A revelação gerou uma crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Dilma pediu explicações do governo de Barack Obama e decidiu cancelar sua viagem oficial aos Estados Unidos, marcada para o dia 23 de outubro. Na avaliação da presidente, as respostas dadas até agora pelos Estados Unidos sobre os vazamentos do ex-técnico da NSA Edward Snowden não foram satisfatórias.
No último dia 24, durante a abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidente brasileira denunciou o caso como uma violação dos direitos humanos e um desrespeito à soberania do País. (Equipe AE)