Dois dias depois do anúncio da aliança com o PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e de ter divulgado um vídeo para se explicar à militância da Rede Sustentabilidade, Marina Silva tenta acalmar os apoiadores, irritados e insatisfeitos com a decisão da ex-senadora. Entre integrantes da Rede o clima ainda é de “absorver” a coligação com o partido socialista, que deixou a base aliada do governo federal há duas semanas.
Na reunião em Brasília que varou a madrugada de sábado, poucas horas antes do anúncio da filiação de Marina ao PSB, a decepção entre os organizadores do partido foi “ampla e geral”, na definição de um dos presentes no encontro. Houve choro de alguns, que questionaram a aliança. “Do ponto de vista da manobra política, a escolha de Marina foi de cair o queixo. Porém, do ponto de vista de quem se dedicou a recolher assinaturas para fazer uma nova política, foi uma decepção geral”, contou um dos presentes à reunião.
Conta milionária
A recente criação do Solidariedade e do PROS e a campanha eleitoral de 2014 deverão fazer do Fundo Partidário um verdadeiro canal de irrigação financeira das legendas no ano que vem. A peça orçamentária que tramita no Congresso Nacional prevê R$ 264,3 milhões de assistência financeira a todas as siglas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde 2011, porém, deputados e senadores adicionam R$ 100 milhões ao fundo, durante a tramitação do projeto de lei orçamentária da União no Legislativo. Se o comportamento se repetir, o fundo deverá ter em 2014 o maior volume de todos os tempos: R$ 364,3 milhões. Além do dinheiro público, as siglas têm direito a tempo de rádio e tevê e doações feitas por pessoas físicas e empresas.