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Estado de Minas

Acusados da chacina de Felisburgo vão a júri nesta quinta-feira em BH

O julgamento dos quatros réus do crime, ocorrido em 2004, já foi adiado por três vezes


postado em 08/10/2013 16:00 / atualizado em 08/10/2013 16:07

Após ser adiado por três vezes, está marcado para esta quinta-feira o julgamento de quatro réus acusados de participar do crime conhecido como Chacina de Felisburgo, ocorrido em novembro de 2004. Vão a júri Adriano Chafik Luedy – apontado como mandante -, Washington Agostinho da Silva, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza, acusados de invadir a Fazenda Nova Alegria, no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha. Cinco pessoas foram mortas e outras 12 ficaram feridas. Além da escola do acampamento, 27 casas foram incendiadas. A transferência do júri para Belo Horizonte foi solicitada para garantir a imparcialidade e a segurança dos envolvidos.

Conforme o Tribunal de Justiça de Minas, o motivo do primeiro adiamento foi a falta de diligências da Comarca de Jequitinhonha - de onde originou o processo. Nas outras duas ocasiões, a mudança na data do júri ocorreu por pedido das defesas dos réus. No último adiamento, o juiz Glauco Fernandes entendeu que o pedido era “uma tentativa de postergar o julgamento indefinidamente” e decretou a prisão dos homens. No entanto, os réus foram liberados, após conseguirem Habeas Corpus.

De acordo com a denúncia do Ministério Publico em Minas, Adriano Chafik teria ordenado o ataque à fazenda, após ter perdido uma ação de reintegração de posse, ganha pelo Movimento Sem Terra (MST), que ocupava o local. Após a decisão da Justiça, ele teria reunido um grupo que passou a ameaçar os assentados. Conforme o MP, no dia 20 de novembro, Chafik comandou um ataque à fazenda. O terreno, do qual Adriano alegava ser dono, era propriedade pública.

Os quatro homens serão julgados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio. Já Adriano, acusado de ordenar o ataque, responde também por formação de quadrilha. Inicialmente, os réus respondiam pelos crimes em dois processos distintos. Por economia processual e com vistas a agilizar o julgamento - já que os quatro estavam sendo acusados de participar do mesmo crime e, principalmente por estarem os autos no mesmo momento processual -, o juiz Glauco Soares determinou a reunião dos processos, decisão acolhida pelo MP e pela defesa dos acusados. As testemunhas já foram ouvidas por carta precatória.


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