São Paulo - Três dias após o ingresso de Marina Silva no PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nessa terça-feira, com dirigentes do PT de Pernambuco e deflagrou uma operação para dar à presidente Dilma Rousseff um palanque forte na terra do governador Eduardo Campos (PSB). Lula, que até a semana passada avaliava ser possível que Campos não disputasse a eleição presidencial, deu a candidatura do pernambucano como consolidada, após a aliança com Marina.
Segundo um dos participantes da reunião, Lula disse que era preciso aguardar decantar a aliança de Marina com Campos para ver que providências tomar em relação à eleição nacional. Contudo, o ex-presidente deixou claro que já não tem dúvidas em relação à candidatura de governador pernambucano. "A avaliação do Lula mudou. Ele pensa que Eduardo será candidato", disse um dos presentes à reunião.
Ficou acertado na conversa que os petistas terão de fazer uma pacificação interna e aparar as arestas que ainda restam da eleição de 2012, quando o PT pernambucano rachou fortemente, causando a ruptura da aliança histórica com o PSB e a perda do comando da prefeitura do Recife. "Ainda não está pacificado, mas terá que pacificar. Vamos ver o resultado das eleições internas do PT", disse outro presente.
Os petistas também tentarão compor uma chapa com o senador Armando Monteiro (PTB), pré-candidato ao governo. Eles vão avaliar se o mais conveniente, por causa das disputas internas, é ter um candidato próprio ou apoiar a candidatura de Monteiro, priorizando aquele que for o palanque mais forte para Dilma no Estado. Se optar pela candidatura própria, o nome mais cotado é o do deputado federal João Paulo Lima (PT-PE), ex-prefeito de Recife.
"Nós, do PTB, já havíamos manifestado que estaríamos alinhados com o projeto de reeleição da presidente Dilma. Temos bom diálogo com PT, sempre tivemos. Temos possibilidade de construir uma candidatura conjunta", afirmou o senador Armando Monteiro.
Participaram do encontro, que durou duas horas e ocorreu no Instituto Lula, o presidente do PT, Rui Falcão, o senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados federais Pedro Eugênio (PT-PE) e João Paulo.