O que você falaria aos vereadores de Belo Horizonte se pudesse usar a tribuna durante sessão plenária? Opiniões sobre projetos de lei e as críticas disseminadas na internet e nas ruas contra os parlamentares da capital mineira podem passar a ser ditas diretamente a eles durante duas reuniões no mês. É o que prevê o Projeto de lei 746/2013, protocolado nessa quinta-feira no Legislativo Municipal. A proposta, no entanto, deve sofrer resistências para ser aprovada na Casa. Depois de ser palco de vários escândalos, de ter como principais matérias em tramitação mudanças de nomes de ruas, a criação de datas comemorativas e títulos de utilidade pública, os vereadores podem não gostar do que vão ouvir dos cidadãos.
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Câmara de BH aprova reajuste para servidorPoder está centralizado na Câmara de BHCâmara abre espaço para cidadão criticar projetos que tramitam na Casa Câmara limita em R$ 10 mil por mês a cota para aluguel de carroO objetivo, segundo o autor da proposta, vereador Wellington Magalhães (PTN), é aumentar a participação popular na Casa. A proposta foi protocolada depois que a sede do Legislativo de Belo Horizonte foi invadido por duas vezes este ano e os parlamentares criticados por falta de diálogo durante esse período.
Interior
Em Arcos, no Centro-Oeste de Minas, o engenheiro civil, Antonio Victor Ribeiro de Oliveira, de 54 anos, lutou durante cinco anos para conseguir que fosse aprovado na Câmara Municipal da cidade o projeto que abre o microfone aos cidadãos. Ele lembrou que em 2011 recolheu assinaturas contra o aumento do salário dos parlamentares e o aumento do número de cadeiras na Câmara, mas foi impedido de entregar o abaixo-assinado em tribuna livre. A proposta foi aprovada no fim do primeiro semestre e, em agosto, pela primeira vez, os moradores de Arcos usaram o microfone. Segundo o engenheiro, as pessoas estão usando o plenário para debater problemas da cidade.
Para participar da tribuna em Arcos, o eleitor tem que se inscrever no centro de atendimento ao cidadão, com 24 horas de antecedência, o assunto tem de ser informado no momento da inscrição e tem de ter caráter coletivo. O tempo máximo para cada pronunciamento é de 10 minutos. A tribuna é aberta na primeira reunião ordinária de cada mês.