Jornal Estado de Minas

Campanha de Dilma deve priorizar alianças estaduais

Comando da campanha de Dilma avalia que os palanques estaduais são prioridade para assegurar ampla aliança nacional

Agência Estado
Brasília - O comando encarregado de preparar a reeleição de Dilma Rousseff avaliou nessa quinta-feira que a prioridade deve ser dada aos palanques estaduais para tentar assegurar uma ampla aliança nacional. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em alguns Estados a presidente poderá ter dois ou mais palanques.
“Importante, muito importante, é manter o governo ativo, com realizações. E segurar na nossa aliança os partidos que fazem parte da base de sustentação da presidente, valorizando todos os partidos que dela participam”, disse o ministro após uma reunião no Palácio da Alvorada.

O encontro foi na residência oficial da presidente e durou quatro horas. Dele participaram também, além de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Franklin Martins, o marqueteiro João Santana, o presidente do PT, Rui Falcão, e o chefe de gabinete da presidente, Giles Azevedo. “O que nos dá a certeza da vitória é a qualidade do governo. Por isso a presidente Dilma é só beijos”, reforçou Mercadante, referindo-se à declaração da presidente, de que vive uma fase “de beijos”.

Mercadante informou ainda que, mesmo com a constatação de que é preciso segurar todos os partidos na base da presidente, até o fim do ano não será feita nenhuma reforma ministerial. “Não há essa possibilidade de reforma. A presidente já decidiu, e todos nós concordamos, que todas as trocas vão ser feitas no fim do ano. Assim, quem assumir o ministério poderá pegar a máquina azeitada, sem perda de tempo para continuar tocando os projetos de cada uma das pastas.”

A informação no Palácio do Planalto é de que, na maioria dos ministérios, Dilma promoverá para o cargo de ministro o secretário executivo. Em alguns casos, poderá pôr na vaga um aliado, desde que não vá disputar a eleição do ano que vem.

Outra avaliação no encontro é de que a aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva poderá transformar o presidente nacional do PSB no principal candidato de oposição na sucessão presidencial, superando o senador Aécio Neves (PSDB).

Porém, de acordo com as análises da cúpula da campanha de Dilma, a coligação, que surpreendeu a todos, corre o risco de perder força daqui para a frente, pois o encanto por Marina poderá se arrefecer diante da constatação de que ela migrou para uma legenda tradicional, o PSB, diante do fato de o registro do seu partido, a Rede Sustentabilidade, ter sido negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por não atingir o número mínimo necessário de assinaturas.

Lula disse aos presentes que a aliança Campos-Marina foi, de fato, uma “ótima jogada”, mas que não “resultará em muitos gols”. Segundo o ex-presidente, Dilma poderá anular os avanços da dupla mostrando resultados de seu governo, além de continuar a se expor nos meios de comunicação.

Espera

Devido ao encontro no Alvorada para tratar de eleição, Dilma deixou o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, esperando por quase três horas. O empresário deixou o Palácio do Planalto apressadamente e negando que tenha ficado chateado de ter passado a tarde à espera da presidente.