O programa partidário do PSB, exibido nessa quinta-feira em rede nacional de rádio e televisão, não deixou dúvida de que o deslocamento dos socialistas da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT) não se restringe à entrega dos cargos que a legenda tinha na gestão petista. O rompimento político, que ainda não ocorreu oficialmente, é explicitado na peça publicitária, que teve como pano de fundo a tese de que o Brasil deixou de avançar no atual governo e que as conquistas dos últimos anos não são suficientes para “acabar com a miséria e proteger os mais vulneráveis”, segundo declaração do governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos, em uma de suas participações.
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PT prepara desembarque do governo de PernambucoLula quer palanque forte para Dilma em PernambucoPetistas de Pernambuco filiam-se ao PSBPSB apresenta pré-candidatos a deputado distrital e federalPTB e PT começam a deixar o governo de Campos Dilma evita comentar eleições e diz que obrigação é cuidar do governoDilma afirma estar atenta a exportações para ArgentinaEm dez minutos de programa, o governador teve tempo para expor suas ideias, fazer um paralelo do que deu certo nos governos anteriores, nos últimos 30 anos, e para dizer que “o Brasil cresceu, amadureceu, conquistou estabilidade, melhorou a justiça social”, mas que é hora “de reunir as boas ideias e as boas pessoas para fazer mais”. “Chega de governar se contentando em dizer que no passado foi pior. Chega dessa conversa. Para começar, precisamos abandonar as velhas práticas políticas. Nós temos que estimular, dar espaços para novas lideranças. Temos que unir o país em torno de um projeto de desenvolvimento”, frisou.
E nesse leque de novos aliados, o PSB inclui a ex-senadora Marina Silva, que comanda o Rede Sustentabilidade. A partir do sétimo minuto do programa, os socialistas abriram espaço para a recém-filiada. Imagens do ato de filiação, realizado no último sábado, foram exibidas com direito a fragmentos dos discursos. “Queria dizer o que é o meu sentimento com esse gesto que te busca e com teu gesto que nos acolhe não para pleitear uma candidatura, mas para apresentar junto contigo um programa para a sociedade capaz de fazer um realinhamento da história e sepultar de vez a velha República”, declarou a ex-senadora.
“Esse gesto de hoje (sábado) acende a esperança de muitas pessoas. Quem entendeu o que aconteceu nas ruas do Brasil, em junho, não tem nenhuma dificuldade de entender o que ocorre aqui”, pontuou Eduardo.