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Estado de Minas

Redes sociais podem facilitar relação entre democracia e discussão política

Interessados no assunto poderão discutir o assunto em debate realizado na UFMG no final do mês de outubro


postado em 12/10/2013 06:00 / atualizado em 12/10/2013 07:07

Qual o papel das novas tecnologias na discussão política? As redes sociais trazem uma nova forma de discutir o assunto na maneira como os cidadãos interagem? Essas questões são alvo de discussões e debates que abandonaram o ambiente virtual e se tornaram físicas. A forma como as manifestações que tomaram o país no mês de julho e que tiveram um forte apoio nas divulgações ocorridas nas redes sociais levantou questões como a relação entre as tecnologias da informação e a política. Diante de uma pauta variada de reivindicações - transporte público de qualidade, educação e mobilidade, dentre outros assuntos -, grupos montados, principalmente, no facebook, foram responsáveis por traçar uma agenda e agrupar as pessoas simpatizantes de cada causa. Esses grupos foram às ruas e transformaram um movimento virtual em ação real nos protestos e que se reverteram em ganhos, como a redução das tarifas dos ônibus.

Se estamos tratando ou não de um novo momento dessa relação entre política e a sociedade é difícil saber. Essa é a opinião do professor do Departamento de Ciências Políticas da UFMG, Ricardo Fabrino Mendonça. Para ele, as tecnologias não geram manifestações, mas elas facilitam as formas de relação entre os indivíduos. Além disso, situações de denúncia ficam facilitadas e tem seu potencial aumentado. Como exemplo, o professor cita os vídeos caseiros que denunciaram os massacres ocorridos no Egito e que correram o mundo, causando a reação das Nações Unidas.

Apesar disso, segundo Ricardo, com as redes sociais as discussões políticas têm extrapolado fóruns ou grupos específicos sobre o assunto. A troca de ideias através das interações que ocorrem entre os seguidores dos perfis acabam proporcionando acesso a opiniões contrárias a do indíviduo, gerando debates. Essas discussões acabam superando questões de gênero ou classe social. “Hoje a gente tem interações em diferentes camadas sociais, e interações muito diferentes, idade, educação, gêneros. Não dá pra generalizar que a voz da internet é a opinião pública. Mas, com certeza, ela está inserida e reflete a opinião [...] Discutir política em uma mesa de bar é diferente de discutir no facebook”, analisou e ponderou: “A existência dessas tecnologias afeta o jeito de discutir política. Nem sempre para melhor e nem sempre para pior”.

Esses assuntos serão debatidos durante o “Colóquio Internacional Tecnologia e Democracia”, nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro. O evento, que será realizado na UFMG, vai reunir espeicalistas nacionais e de países da Europa, para discutir a relação entre as tecnologias da informação e a política, além de estimular a discussão sobre as configurações da democracia em sociedades atravessadas pela lógica das interações online. Mais informações podem ser obtidas no site coloquiotecnologiademocracia.org. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 25 de outubro.


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