A Polícia Federal pediu ajuda para rastrear a movimentação de contas bancárias no exterior que, segundo o empresário Marcos Valério, um dos condenados no esquema do mensalão, foram utilizadas pelo PT para receber doações ilegais que bancaram despesas da campanha presidencial de 2002, segundo reportagem na edição desta semana da revista Veja.
Os depósitos teriam sido feitos por fornecedores da Portugal Telecom em Macau, no sul da China. As três contas serviriam para pagar dívidas contraídas pelo PT na campanha que elegeu Lula. Ainda de acordo com a reportagem, a PF e o Ministério Público decidiram seguir o rastro do dinheiro, solicitando primeiro à Justiça autorização para quebras o sigilo das contas bancárias dos supostos beneficiários. Depois, a PF requereu ao Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), órgão ligado ao Ministério da Justiça, que acionasse os países envolvidos para conseguir acesso às informações sobre os titulares das contas, os saldos e detalhes da movimentação.
Também de acordo com Veja, a polícia espera descobrir se a história narrada por Valério de fato é verdadeira. Se confirmada, a etapa seguinte é a identificação dos depositantes e os destinatários finais do dinheiro.
Ainda segundo a publicação, em breve o ex-presidente Lula será intimado a prestar esclarecimentos ao Ministério Público Eleitoral, mas sobre uma suposta doação não declarada de R$ 1 milhão feita pela Usiminas também à campanha presidencial de 2002. Em seu depoimento, diz a revista, Valério contou que intermediou a doação da siderúrgica.