Jornal Estado de Minas

Pré-candidatos à Presidência da República comemoram resultado de pesquisa

Pré-candidatos à Presidência da República avaliam como positiva a primeira pesquisa de intenção de votos divulgada depois da dobradinha entre Marina Silva e Eduardo Campos

Jorge Macedo - especial para o EM
Amanda Almeida

Brasília – A primeira pesquisa de intenção de votos depois da união entre a ex-senadora Marina Silva e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi recebida nesse sábado – pelo menos publicamente – com otimismo pelos apoiadores e pré-candidatos à Presidência da República. Em levantamento divulgado ontem, o instituto Datafolha mostra que, se Marina não for a candidata do PSB, como vem

sustentando, a presidente Dilma Rousseff venceria no primeiro turno contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco (PSB).

Nesse cenário, Dilma obteve 42% das intenções de voto; Aécio, 21%; Campos 15%; brancos e nulos, 16%; e ainda não sabem como votar, 7%. O cenário se complica para a petista quando Marina e o ex-governador José Serra (PSDB) entram no lugar de Campos e Aécio. Nessa situação, ela teria 37% dos votos; Marina, 28%; e Serra, 20%.

Os aliados de Campos e Aécio minimizaram o melhor desempenho de Marina e Serra e comemoraram o resultado. Em nota, o senador mineiro e presidente do PSDB diz que o resultado foi pior para Dilma. “Os números divulgados pelo Datafolha são extremamente positivos para o PSDB, porque confirmam que somos a principal alternativa no campo da oposição. O governo é quem deve estar preocupado. Apesar da alta e permanente exposição da presidente nos veículos de comunicação, e sendo uma candidata que tem o conhecimento de 100% dos eleitores, foram as candidaturas alternativas ao governo que proporcionalmente mais cresceram.” O Datafolha diz que não é possível comparar a atual pesquisa com anteriores, já que a união de Campos e Marina mudou o cenário.

Para o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), o dado mais positivo é o que revela o reconhecimento dos pré-candidatos pela população. “Campos não é conhecido por 43% dos eleitores. Isso significa que ele tem uma margem para crescimento muito grande”, avalia. Apenas 1% dos entrevistados diz não conhecer Dilma; 3%, Serra; 12%, Marina; e 22%, Aécio.

Rollemberg nega que o desempenho melhor de Marina gere constrangimento na legenda. "Pelo contrário, são dois grandes quadros unidos." A pesquisa foi feita na sexta-feira, ouviu 2.517 pessoas e tem dois pontos percentuais para mais ou para menos como margem de erro.

Os aliados de Dilma comemoraram pela internet. “Pesquisa Datafolha indica vitória de Dilma no primeiro turno. Vamos trabalhar ainda mais pela nossa presidenta”, disse o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE). Questionada sobre o levantamento, em lançamento do projeto do metrô de Porto Alegre, Dilma apenas mandou beijos para os jornalistas. Já o deputado federal Walter Feldman (PSB-SP), aliado de Marina, disse que o resultado mostrou um bom recebimento pelos eleitores da aliança com Campos. “Demonstra um impacto (da aliança) muito expressivo, muito contundente. Se junta Marina e Campos, somos mais fortes.”

Rede define a estratégia

Frustrada na expectativa de se legalizar como partido, a Rede Sustentabilidade começa hoje a traçar uma estratégia para não ser engolida pelo PSB, ao qual se associou, nos estados. Os dirigentes do grupo da ex-senadora Marina Silva se encontram em Brasília para avaliar os desdobramentos locais da união com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Para tentar se manter independente, a Rede pretende continuar se reunindo quinzenalmente. Seus fundadores vão definir quais são as prioridades do grupo nos estados – onde aceitam abrir mão de candidaturas e onde querem colocar um nome nas chapas. “Quando chegamos, o PSB já estava se organizando para lançar candidaturas. Esse encontro é para fazer um relato sobre a nossa situação nos estados”, explica o deputado federal Walter Feldman (SP), que também se filiou ao PSB.