Jornal Estado de Minas

Há pelo menos 25 anos, historiador cuida do acervo presidencial

Cláudio Soares Rocha é o guardião da história do país. Ele é responsável pelas cartas e objetos que retratam a história do país.

Karla Correia
- Foto: José Varella/CB DA PressMesmo acostumado a lidar com um setor mais emotivo da Presidência da República, o historiador Cláudio Soares Rocha, chefe da Diretoria de Documentação Histórica, foi pego de surpresa quando uma funcionária entrou em sua sala aos prantos, segurando uma carta. Era início de 2003, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha tomado posse havia pouco tempo, e o departamento recebeu uma correspondência endereçada ao presidente. O autor escrevia sob pseudônimo, e redigiu a carta como se fosse Dona Lindu, mãe de Lula.
No texto, a pessoa falava do orgulho que sentia com a eleição do filho. Lembrava de passagens da infância do então presidente e lhe dava conselhos. “Todo mundo aqui ficou emocionado. Eu mostrei para o Gilberto Carvalho (chefe de gabinete à época) e ele chorou. Levou para o Lula, que chorou mais ainda. Foi um aguaceiro”, lembra Cláudio.

A carta, hoje, faz parte da memória sob responsabilidade do Instituto Lula. A lei determina que cada chefe de Estado, quando deixa o cargo, fica responsável pela preservação e disponibilização do acervo presidencial ao público. Entram na coleção as cartas, presentes recebidos, objetos pessoais e até roupas que o mandatário escolhe para ficar para a posteridade.