Com o PT dividido, os principais líderes do partido anunciaram neste domingo, 13, a entrega dos cargos ocupados no governo Eduardo Campos (PSB). A posição foi tomada pelo senador Humberto Costa (PT-PE), pelo deputado federal João Paulo (PT-PE) e pelo atual presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, integrantes do grupo Construindo um Novo Brasil (CNB), além de petistas de quatro outras tendências. O partido deverá posicionar-se, oficialmente, nesta semana. O grupo do ex-prefeito do Recife João da Costa (PT) e do presidente do diretório municipal, Oscar Barreto, defende a manutenção dos cargos, sem ruptura com o PSB.
"De lá para cá, as coisas ficaram cristalizadas e não faz mais sentido estar dentro do governo de Eduardo", afirmou, ao citar a aliança do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB com a ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) e o programa nacional da legenda com críticas à gestão Dilma Rousseff. Um total de cerca de 25 cargos será entregue, a maioria na área da saúde, onde o PT tinha a secretaria executiva da secretaria estadual. "Foi um gesto político", complementou João Paulo.
Cenário
Segundo Humberto Costa, a prioridade do partido, depois da definição do PT estadual em relação ao PSB, haverá a organização de forças para dar sustentação à reeleição de Dilma. Ela acredita que as alianças nacionais deverão se repetir em Pernambuco, que deverá contar com o PTB, PP e PC do B, que já assumiram este apoio.
Ele diz ser ainda cedo para saber se o PT terá candidato próprio ao governo estadual ou se apoiará a provável candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB), que deixou a gestão Campos na sexta-feira, 11, alegando a mesma razão dada por Campos ao sair do Poder Executivo federal: "para ficar mais à vontade". Monteiro Neto trabalha para consolidar a candidatura a governador. João Paulo afirma acreditar que a tendência será dar apoio à candidatura do petebista.
Embora considere muito cedo para qualquer prognóstico, Humberto Costa achou "muito boa" a aprovação de Dilma nas última pesquisa do Datafolha, com indicação de vitória no primeiro turno das eleições. "É natural que a superexposição de Eduardo Campos tenha feito sua aprovação crescer (de 8% para 15%)", avaliou. "Mas o importante é que a presidente continua crescendo, com condição de ganhar já no primeiro turno."