Os vereadores de Belo Horizonte que mudaram de partido no início deste mês não o fizeram por ideologia, mas para chegar à Assembleia Legislativa de Minas ou à Câmara dos Deputados com menos votos do que precisariam se permanecessem na legenda pela qual foram eleitos em 2012. Passado o prazo de filiação partidária, dia 5, o cenário político para as eleições do ano que vem começa a se definir. Três dos seis vereadores do PTdoB vão concorrer a deputado estadual, entre eles dois novatos na legenda: Gunda e Léo Burguês. No PV, dois dos três representantes no Legislativo vão disputar as eleições. Um deles, Pablito, é estreante no partido. Na Câmara da capital mineira, 17 dos 41 parlamentares vão concorrer ao pleito.
Gunda e Léo Burguês – o primeiro deixou o PSL e o segundo o PSDB –, ao trocar de partido, vão se dar ao luxo de dispensar muitos eleitores. Enquanto no ninho tucano Burguês precisaria de aproximadamente 60 mil votos para se eleger, no PTdoB ele precisará de cerca de 40 mil. Gunda também terá mais facilidade. A previsão é de que, no PSL, ele teria de agregar 50 mil eleitores, enquanto no PTdoB ele precisará do apoio de 40 mil. O presidente da legenda, deputado federal Luis Tibé, também escalou o novato na Câmara Vilmo Gomes para ajudar na chapa proporcional à ALMG.
O objetivo do PTdoB é eleger cinco deputados estaduais – atualmente, o partido tem um representante na Assembleia – e passar de um para quatro deputados federais. A legenda saiu das urnas em outubro do ano passado como a que mais cresceu no Brasil e pretende repetir a dose ano que vem. Em relação a 2008, o partido aumentou em 222% o número de prefeitos e 58% o de vereadores.
Luis Tibé também está ajudando a organizar a chapa do PRP, comandado em Minas pelo seu pai, Tibelindo Soares Resende. Ela já conta para a Câmara dos Deputados com a candidatura de outro vereador novato, Marcelo Álvaro Antônio (PRP).
PROMESSA Outro iniciante no Legislativo da capital que sonha em dar voos mais altos é o vereador Bim da Ambulância (PTN). Ele afirmou que a promessa para chegar à Assembleia vai superar a que ele fez para conquistar a cadeira na Câmara Municipal. À época, o parlamentar caminhou de Belo Horizonte a Aparecida, no interior de São Paulo. “Se existe a vontade de ser candidato, pode ter certeza de que a promessa está feita”, garantiu.
Além de Bim, deve disputar as eleições pelo PTN o presidente estadual da legenda, Wellington Magalhães. “Se eu não disputar, a minha irmã Arlete Magalhães vai concorrer à Assembleia”, afirmou o vereador. Aquele que conquistar mais votos na chapa do PTN se elegeria deputado estadual, segundo o cálculo otimista de Magalhães, com um mínimo de 30 mil, e para federal, 40 mil.
A possibilidade de precisar de menos votos para se eleger deputado atraiu para o PV o vereador Pablito, que aspira uma vaga no Congresso Nacional. Se permanecesse no PSDB, partido pelo qual foi eleito vereador, Pablito teria de conquistar cerca de 100 mil votos. Na sua nova legenda, no entanto, a previsão é de que ele consiga a vaga com 50 mil. O PV tem outro atrativo: terá como puxador de votos o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares. Pablito foi eleito pela primeira vez pelo PTC. No meio do mandato deixou a legenda e foi para o PSDB e no dia 5 se filiou ao PV.
Com mais tempo no PV, Sérgio Fernando também vai entrar na disputa do ano que vem. Ele vai tentar uma cadeira na Assembleia. Já Leonardo Mattos (PV) afirmou que ainda está indeciso. Se disputar, tentará o cargo no qual já tem experiência, de deputado federal. Também o vereador do PT Silvinho Resende está na dúvida a respeito do futuro político, enquanto Adriano Ventura (PT) e Tarcísio Caixeta (PT) se preparam para as eleições. A outra bancada com seis parlamentares na Câmara, o PSB, vai perder apenas o Coronel Piccinini, que afirmou, porém, não estar certo da decisão.