Documentos secretos e inéditos da National Security Agency (NSA), agência de inteligência de sinais norte-americana, foram copiados e distribuídos a diferentes pessoas pelo mundo e virão a público caso alguma coisa aconteça ao ex-analista Edward Snowden, responsável por seu vazamento, ou ao jornalista Glenn Greenwald, que já publicou parte do material vazado. A informação foi divulgada pelo próprio Greenwald, durante palestra no 8º Congresso da Agência Brasileira de Jornalismo Investigativo, que se realiza simultaneamente à 5ª Conferência Latino-americana de Periodismo de Investigación e à 8 Conferência Global de Jornalismo Investigativo.
Greenwald acusou os Estados Unidos de terem feito "bullying" contra países que mostraram alguma disposição de ajudar Snowden. Mesmo Cuba, que inicialmente se mostrara aberta a deixar um avião com o ex-analista passar por seu território, desistiu. Segundo Greenwald, os oferecimentos de asilo feitos por Venezuela, Bolívia e Nicarágua foram "gestos simbólicos". "A Venezuela, se quisesse, poderia ter mandado um avião buscá-lo", disse.
Greewald também criticou o presidente do Equador, Rafael Correa, por ter feito uma oferta de asilo que, para ele, "nunca foi muito séria". "Foi para mais um show doméstico", afirmou. "O presidente do Equador gosta da atenção da mídia."
Respondendo a perguntas da moderadora Margo Smit e do público, formado majoritariamente por jornalistas e estudantes de comunicação, Greenwald fez críticas ao que chamou de "corrupção" das grandes organizações de mídia, mas elogiou os profissionais. "Apesar de as instituições jornalísticas terem de corrompido, há jornalistas excelentes", declarou ele, que tem feito reportagens para Rede Globo, Época e O Globo. "Sei que a TV Globo é polêmica no Brasil. Por muitas razões, há críticas, concordo e apoio. Uma das razões pelas quais trabalho com a Globo é o impacto que provoca."