Jornal Estado de Minas

Estados ficam sem dinheiro do BNDES

Ministro Guido Mantega diz que não permitirá que o BNDES aprove novos financiamentos para os estados

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  Mantega afirma que estados terão de buscar recursos em outras fontes - Foto: Nacho Doce/Reuters Às vésperas de o Tesouro Nacional fazer um novo aporte de recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não permitirá que o banco estatal aprove novos financiamentos para os estados. Segundo Mantega, o BNDES deverá focar seus financiamentos nos próximos anos em infraestrutura e em investimentos que não interessem aos demais bancos e ao mercado de capitais. O objetivo é reduzir o volume de aportes do governo ao banco.


O BNDES precisa de pelo menos R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional para cumprir os desembolsos previstos para 2013. No ano passado, o governo injetou R$ 45 bilhões no banco estatal e neste ano já foram aportados R$ 15 bilhões. Desde 2009, o banco de fomento recebeu quase R$ 300 bilhões do governo, que chegam sob a forma de empréstimos. De acordo com o ministro, o aporte neste ano será menor do que o ocorrido no ano passado. “Ainda não fechamos o programa para 2014. Com base nesses parâmetros, faremos um programa de trabalho para 2014”, disse o ministro.
“A tendência é de que nos próximos anos não haja mais empréstimos do Tesouro para o BNDES”, completou. O ministro afirmou também que não reabrirá o Programa de Ajuste Fiscal (PAF) dos estados. “Se os estados quiserem obter financiamentos poderão fazê-lo com os bancos privados ou demais bancos públicos”, disse. “Não haverá outros Pró-Investe, só haverá os que já foram aprovados.”

Mantega afirmou que a mudança de indexador da dívida dos estados e municípios deve ser benéfica não apenas para São Paulo, mas também para Alagoas, Rio Grande do Sul e 180 cidades. Ele disse que a dívida dos estados se reduziu quase à metade desde 2002, assim como a dos municípios. “A dívida bruta está sob controle e agora, com menos aportes no BNDES, ela não vai crescer mais”, afirmou. A dívida bruta do país está em torno de 60% do Produto Interno Bruto (PIB)