As circunstâncias que rondam a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, em 1976, tem levantado questionamentos sobre a situação que envolveu o acidente com o carro onde ele e o motorista dele, Geraldo Ribeiro, estavam. Nesta quarta-feira, o assunto será debatido na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A audiência pública foi um pedido do presidente da Comissão, deputado Durval Ângelo (PT). Segundo o deputado, a partir da leitura de estudos, pesquisas, depoimentos, do inquérito policial e do laudo da exumação do corpo do motorista ficou constatado que Juscelino Kubitschek pode ter sido vítima de um atentado arquitetado por líderes do regime militar. A reunião será às 9h da manhã na ALMG.
Juscelino morreu em acidente automobilístico em 1976, no quilômetro 328 da Rodovia Presidente Dutra, próximo à cidade de Resende, no Rio de Janeiro. Os laudos de uma exumação dos corpos feita em 1996 afirmam ter sido identificado um orifício de cerca de 5 milímetros de diâmetro na cabeça do motorista, fato que levantou suspeitas – o corpo está enterrado no Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte. A versão oficial sustenta que o buraco seria uma decorrência de esfarelamento ósseo.
Depoimentos e exames de raio X da cabeça de Geraldo Ribeiro embasam a nova empreitada da entidade paulistana para desvendar a suspeita de que o ex-presidente foi vítima de um atentado. O laudo oficial de 1996 atesta que JK morreu em decorrência do acidente. O Chevrolet Opala dirigido por Geraldo Ribeiro, motorista do ex-presidente por muito tempo, se envolveu em um acidente com uma carreta carregada de gesso e um ônibus de turismo. Um passageiro do ônibus prestou depoimento à Comissão da Verdade de São Paulo.
No ano passado, a Comissão da Verdade da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) entregou à Comissão Nacional da Verdade um relatório questionando o inquérito de 2.629 páginas que investigou a morte de JK. A opinião da entidade é de que o ex-presidente foi assassinado.
Com informações de Felipe Canêdo