A presidente Dilma Rousseff lançou uma ofensiva contra Marina Silva na tentativa de captar os votos dos eleitores indecisos ou daqueles que desaprovaram a união da ex-senadora com o presidente do PSB, Eduardo Campos. Ambas estão trocando farpas há dois dias, por meio de entrevistas e postagens nas redes sociais. Além disso, Dilma lança nesta quinta-feira um plano de agroecologia sustentável e vai intensificar as viagens ao Nordeste até o fim de novembro, para abafar o prestígio do governador de Pernambuco na região.
Dilma escolheu Marina como antagonista por reconhecer o estrago que a ex-senadora pode fazer nos planos petistas de reeleição para o Planalto. “As coisas estão bem encaminhadas. Mas é claro que se houver a crise econômica ou a Marina for a candidata no lugar de Eduardo, as coisas ficam mais difíceis”, admitiu um aliado da presidente.
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Aliado de Marina, Eduardo Campos resolveu entrar na disputa pedagógica, mas em tom bem mais ameno. “Estudar sempre é bom. Eu todo dia procuro estudar alguma coisa”, afirmou ele, durante um evento de tecnologia no Recife.
Moradia
À noite, novos ataques de Marina. Em entrevista ao Programa do Jô, a ex-senadora afirmou que é preciso acabar com a polarização entre PT e PSDB e disse que a presidente é chantageada pelo Congresso há quatro anos. “A gente não suporta mais o que está aí. Eu acho que a gente pensa sempre, no processo político, na perspectiva de projeto de poder. Eu insisto que é preciso um projeto de país e essa disputa será boa para todo mundo. E eu não consigo imaginar que a presidente Dilma Rousseff possa se sentir tranquila mais quatro anos sendo chantageada pelo Congresso”, afirmou.
A ex-senadora defendeu que a base de sustentação de um governo precisa ser montada apoiada em um programa para o país e não moldada apenas em distribuição de cargos a pessoas sem identidade para ocupá-lo. “A composição não precisa ser feita na distribuição de partes do Estado. É possível ter uma base de sustentação a partir de um programa”, disse ela, afirmando ser necessário “aposentar a Velha República”.
Nessa terça-feira, em Vitória da Conquista, na Bahia, em clima de campanha eleitoral, a presidente anunciou planos para uma terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, depois das eleições de 2014. Segundo ela, “não basta fazer 2,750 milhões de casas no Brasil” que serão entregues pelo programa até o ano que vem. "Vamos ter de repetir a dose", disse. Depois, ela corrigiu a fala para não ser acusada de crime eleitoral: “Quem vier depois de mim tem de repetir a dose, por isso nós vamos avaliar uma nova quantidade de habitações e vamos colocar a viabilidade dessas habitações bem clara”. A presidente não detalhou quanto deverá ser investido nem a quantidade de casas que serão construídas na terceira fase do programa habitacional. Amanhã, no Palácio do Planalto, Dilma lança o Plano Nacional de Agroecologia e Agricultura Familiar. Aprovado em junho, ele destinará R$ 8,4 bilhões a ações de desenvolvimento rural sustentável, com financiamento e treinamento para aumentar a produtividade de pequenos agricultores familiares.