Jornal Estado de Minas

Doce missão

Deputados mineiros vão a Cuba com verba paga pelo Legislativo

ALMG justifica que missão dos parlamentares irá auxiliar o trabalho da Casa

Daniel Camargos
O suntuoso Hotel Nacional é uma das quatro opções de hospedagem para os participantes do Congresso - Foto: Renato Alves/CB/D.A PRESS
Três deputados estaduais mineiros estão em Havana, capital de Cuba, para discutir os rumos da indústria do açúcar cubano e mundial com recursos pagos pelo contribuinte mineiro. Curioso é que entre os parlamentares não há nenhum alinhado a partidos de esquerda, tradicionalmente favoráveis à política da ilha comandada pelos irmãos Castro. São eles: Lafayette Andrada (PSDB), Juarez Távora (PV) e Gustavo Corrêa (DEM). Além do trio, o vereador de Belo Horizonte Pablito (PV), que recentemente mudou de partido, deixando o PSDB, também viajou ao Caribe para o congresso. Uma passagem de Belo Horizonte a Havana, ida e volta, custa R$ 2.100.


Em Cuba, está sendo realizado o 12º Congresso Internacional sobre Açúcar e Derivados, que começou na segunda-feira e vai até amanhã. O palco principal do evento é o Hotel Nacional de Cuba, que também é uma das quatro opções de hospedagem para os participantes. O hotel foi um luxuoso cassino da década de 1950, antes da Revolução, quando Fulgêncio Batista foi derrubado do poder pelo grupo liderado por Fidel Castro, em 1959.


Além dos parlamentares mineiros que conheceram as dependências do hotel durante esta semana, os quartos já hospedaram nomes de maior vulto, como os músicos Frank Sinatra e Nat King Cole, o escritor Ernest Hemingway, o ator Fred Astaire e o estadista Winston Churchil. O Congresso é organizado pelo Instituto Cubano de Investigaciones de los Derivados de la Caña de Azúcar (ICIDCA), que foi criado em maio de 1963, quando Ernesto Che Guevara era ministro de Estado cubano.


Uma parceria entre o Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) também promoveu, de 10 a 12 deste mês,  na capital cubana encontros de negócios entre empresários brasileiros e compradores cubanos.


A assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) informou que os deputados viajaram em missão oficial, com os custos pagos pelo Legislativo, e que o objetivo foi “colher subsídios e conhecer experiências para auxiliar o trabalho da Assembleia”.


O vereador Pablito, por sua vez, disse que viajou com recursos próprios. Segundo seu correligionário e secretário da Mesa Diretora da Câmara, vereador Leonardo Mattos: “Ele (Pablito) não precisa pedir licença, pois não faltou a sessões plenárias, somente às comissões”. Porém, Mattos entende que o regimento da Casa necessita de modificação, para impedir as faltas sem justificativa nas comissões.