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Estado de Minas

Senador tucano se aproxima de Marina e Eduardo ao criticar Dilma

Aécio Neves havia criticado a declaração da presidente que recomendou aos prováveis rivais não "subir no salto alto"


postado em 17/10/2013 11:06 / atualizado em 17/10/2013 11:11

Aécio Neves reuniu a bancada federal do PSDB para discutir estratégias(foto: George Gianni/PSDB)
Aécio Neves reuniu a bancada federal do PSDB para discutir estratégias (foto: George Gianni/PSDB)

Ao se reunir com a bancada tucana na Câmara dos Deputados nessa quarta-feira, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), ironizou o comentário da presidente Dilma Rousseff de que os candidatos à Presidência precisam estudar, e aproximou o próprio discurso ao de Marina Silva (PSB) e Eduardo Campos (PSB). O encontro serviu para que o grupo elaborasse estratégias da campanha do senador à sucessão de Dilma e consolidar o apoio dos parlamentares ao projeto, principalmente daqueles que ainda não se convenceram de que ele será a opção do partido.

Na última segunda-feira (14), em entrevista a rádios mineiras, Dilma fez indiretas aos possíveis concorrentes na disputa de 2014, afirmando que eles não poderiam “subir no salto alto” antes do pleito. “Acredito que as pessoas que querem concorrer ao cargo têm de se preparar, têm de estudar muito, têm de ver quais são os problemas do Brasil e ter propostas”, disse a presidente. Depois de Marina Silva — que respondeu ao pronunciamento de Dilma afirmando que “difícil são aqueles que acham que não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar” —, Aécio rebateu a menção da presidente com ironia. “Triste são aqueles que, no meio da caminhada, acham que já sabem tudo. Esses são um perigo”, rebateu o tucano.

Além de responder a Dilma no mesmo tom usado por Marina, Aécio comparou as próprias ideias às da dupla do PSB. “Vejo que há uma aproximação do discurso da Marina com aquilo que o PSDB vem pregando. Eles perceberam agora que é um governo que caminha para seu encerramento, que fracassou”, comentou o senador. Ele chegou a dizer que, assim como sempre repete a ex-senadora Marina Silva, também “condena a polarização” PT-PSDB nas disputas presidenciais. “É mais um ponto de convergência e de identidade. O PT sempre apostou na polarização para levar a discussão ao passado, para uma discussão de legados. Nós sempre estimulamos a candidatura de Eduardo (Campos) para ampliar o debate”, destacou.

Campanha

A reunião com a bancada federal do PSDB era uma antiga reivindicação dos parlamentares, que viam o comando da legenda distante de alguns assuntos regionais. No encontro, os deputados puderam sugerir estratégias para a campanha. O objetivo do presidente seria elaborar 10 temas claros para que o partido defendesse aberta e insistentemente a partir de agora. O próprio Aécio adiantou alguns temas que devem ser priorizados, como as críticas à gestão petista, o resgate de investidores para o país e o destaque dos “êxitos das experiências” do partido no passado.
“Nossa prioridade é uma reconexão com setores importantes da sociedade brasileira que já estiveram muito próximos do PSDB, como os liberais e a população de baixa renda. Vamos nos contrapor à política paternalista do governo, promovendo o esforço ao empreendendorismo e à produção”, disse Aécio.

O discurso “para a frente”, como citaram deputados que ouviram Aécio, já teve efeitos. Na bancada, diz-se que o apoio ao ex-governador de São Paulo José Serra torna-se cada vez mais inexpressivo. “Foi um recado preciso de um líder tentando dar um gás em sua tropa e que funcionou”, comentou um tucano.


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