A um ano das eleições de 2014, da qual deve ser candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff confirmou nesta quinta-feira, em Brasília, que vai retomar o processo de reforma agrária no país. Neste ano, a presidente não assinou um único decreto de desapropriação de terras para reforma agrária. Dilma confirmou o que anunciara minutos antes o ministro da Reforma Agrária, Pepe Vargas, de que o governo iria liberar 100 decretos para os sem-terra.
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2013 deve ser o pior ano da reforma agráriaMPF processa 19 pessoas por venda ilegal de lotes da reforma agrária em MSGoverno vai integrar ministérios para fortalecer processo de reforma agráriaDilma tenta mudar desempenho ruim de reforma agráriaPlano de Dilma tentará esvaziar discurso de MarinaEm 2010, prestes a deixar o Palácio do Planalto, o então presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva assinou 158 decretos de desapropriação de imóveis rurais. No ano seguinte, a afilhada política de Lula baixou a marca para 58. Em 2012, ela manteve o freio e reduziu para 28 decretos.
Neste ano, por enquanto, a presidente não assinou nenhum decreto de desapropriação terras para reforma agrária. Na reta final de 2013, contudo, ela promete mudar este cenário.
O ministro da Reforma Agrária, Pepe Vargas, anunciou a assinatura dos 100 decretos durante o lançamento, nesta quinta-feira, do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, em Brasília, para uma plateia que participava do encerramento da 2.ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, que começou na última segunda-feira (14).
Agroecologia
O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica deve beneficiar 75 mil famílias com investimento de R$ 8,8 bilhões até 20157 bilhões, via crédito agrícola. Desse total, R$ 7 bilhões serão disponibilizados por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário.
O projeto está pronto desde o primeiro semestre de 2013. Representantes do governo chegaram a anunciar que seria lançado em junho. Foi adiado, porém, em meio à onda de protestos que ocorreu naquele período, e enviado para uma gaveta, à espera de um momento propício.
Ressurge agora no exato momento em que a ex-senadora Marina Silva disputa os holofotes do cenário eleitoral após a aliança com o governador de Pernambuco e também pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Essa é principal marca do discurso da ex-ministra e foi o eixo da sua campanha presidencial em 2010.