Os tucanos mineiros pretendem representar ao Ministério Público Federal contra a presidente Dilma Rousseff (PT) pelo que chamaram de uso indevido de recursos públicos e da estrutura do governo para autopromoção. O presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, afirmou ontem que além de convocar a rede nacional de rádio e televisão para fazer um embate político com a oposição, Dilma está se valendo de campanhas de marketing para se apropriar politicamente de obras custeadas pelos governos do estado e municipal.
Depois de chamar de “propaganda enganosa” as informações do governo federal que atribuem ao PAC da Mobilidade e ao PAC da Copa investimentos em mobilidade urbana, Pestana disse que das seis grandes intervenções realizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o governo federal participa com recursos próprios apenas para a expansão do metrô.
“Do total de R$ 5,695 bilhões em investimentos para a mobilidade urbana, o governo federal responde diretamente com R$ 999,98 milhões nas obras do metrô. E mesmo assim, até o momento, só liberou R$ 54 milhões para a contratação dos projetos. Os R$ 4,695 bilhões restantes são investimentos da PBH, do governo do estado e a contrapartida da parceria público privada do metrô”, assinalou.
O dirigente tucano também rebateu informações divulgadas por Dilma Rousseff de investimentos que teriam sido feitos pelo governo federal em segurança pública. “Em Itajubá, a presidente disse que o governo federal investiu R$ 120 milhões no sistema penitenciário. Mentira. Foram só R$ 15 milhões, oito vezes menos. Na segurança pública, ela disse que foram colocados R$ 71 milhões. Mas não passaram de R$ 40 milhões”, destacou.
Pestana prosseguiu citando a implantação do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Gameleira, no qual o governo federal teria investido apenas R$ 11,7 milhões, contra R$ 63,5 milhões do governo do estado. “A presidente se apropria das obras feitas pelo estado e pela PBH de forma inédita. Já vi prefeito fazer isso com obras do governo do estado. Mas nunca vi presidente fazer isso com governos de estado”, assinalou.
Segundo Pestana, além do marketing da Presidência da República, da convocação da rede nacional de rádio e televisão, Dilma dispõe ainda de uma cobertura espontânea diária da imprensa, pelo cargo que ocupa. “É uma luta desigual”, afirmou Pestana.
“Em dois anos e nove meses de governo, Dilma convocou 15 cadeias de rádio e de televisão – um recorde histórico – misturando questões de estado, com questões de governo e de partido político, inclusive polemizando com a oposição”, acrescentou, criticando, por exemplo, o fato de o brasão da República ter sido substituído, em rede nacional, pela logomarca do governo.