Brasília – Eymael, "o democrata cristão", quer ser mais do que o candidato de um dos jingles mais antigos de campanhas eleitorais brasileiras. O sonho, diz ele, é o mesmo: ser presidente do Brasil. Aclamado pelas lideranças do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), o gaúcho, de 73 anos, pretende disputar o cargo pela quarta vez no ano que vem. Como em 2010, quando conquistou 89,3 mil votos e ficou em quinto lugar na disputa, não terá mais do que um minuto para aparecer na tevê. No pouco tempo que lhe cabe, pretende explorar as propostas da legenda, sem deixar de lado, claro, a musiquinha-chiclete que o tornou conhecido.
Animado com o que chama de "avanço do partido", Eymael diz que "a democracia cristã virou grife" e, por isso, tem sido cortejado por "adversários competitivos". Mas a ideologia do PSDC, defende ele, é tão arraigada que não há espaço para alianças. "Tudo tem o seu tempo. A fase da reconstrução do partido passou. Chegou a hora de disputar a eleição para ganhar", comenta o septuagenário, que já é bisavô.
Nas eleições municipais de 2012, o número de vereadores do PSDC nas capitais pulou de sete para 20. A bancada de deputados estaduais saltou de 10 para 50. Em 2014, a meta é formar uma bancada de pelo menos 10 deputados federais. O número de votos conquistados por Eymael no último pleito presidencial representou menos de 0,1% do total. "Mas fiquei em quinto lugar", comemora ele, que não aceita o título de nanico, tantas vezes associado ao PSDC. "Já me incomodou mais. Hoje, não dou bola", garante. "Um partido com 2 mil diretórios e 200 mil filiados não pode ser considerado nanico".
Pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff não poderá contar com o apoio de Eymael em um eventual segundo turno. "O encanto acabou, Dilma perdeu meu voto. As transformações que ela prometeu não aconteceram", afirma o presidente do PSDC, que apoiou a petista em 2010. Para ele, os pontos mais negativos do atual governo são a ausência da reforma tributária e um combate à corrupção ainda longe do ideal.