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Alguns fatores concretos podem ajudar a sedimentar o apoio do eleitorado, como, por exemplo, a indicação do candidato por um padrinho famoso. Foi o caso de Luiz Inácio Lula da Silva em relação a Dilma Rousseff. A composição dos palanques regionais também pesa (veja página 10), ou até mesmo uma sugestão de última hora feita por um amigo. Em 2010, por exemplo, 8% dos eleitores confirmaram que escolheram o candidato no momento em que estavam na fila de votação.
A flexibilidade é a marca do voto desse eleitorado. Especialistas em eleições acreditam que esse público estava com Lula em 2006, mas o abandonou após o escândalo dos “aloprados” (quando petistas foram presos em setembro daquele ano ao comprar um suposto dossiê contra o tucano José Serra), forçando a realização de um segundo turno. Esses mesmo eleitores voltaram a apoiar Lula, mas o petista teve que enfrentar mais um mês de campanha contra o tucano Geraldo Alckmin. Em 2008, os independentes afastaram-se do técnico Márcio Lacerda (PSB) – que concorria à Prefeitura de Belo Horizonte – e chegaram a flertar com o principal adversário, Leonardo Quintão (PMDB). Não aprovaram as propostas do peemedebista e voltaram para Lacerda.
Os analistas estão convictos de que esses eleitores independentes definirão o rumo da corrida presidencial de 2014. Eles representam cerca de 40% do eleitorado nacional, mais do que tem o PT, que geralmente soma cerca de 30% dos votos das disputas em diversos níveis, e o PSDB – que costuma largar com margem inicial de 25%. Os 5% restantes costumam se dividir entre votos brancos e nulos.
O PSDB divide um pouco desse eleitorado com o PT – com uma presença menos forte no interior do país –, mas seus simpatizantes defendem um estado mais liberal, com um perfil de gestão descentralizado e com impostos menores.
Já o grupo considerado independente passa, quase em sua maioria, pelas pessoas que têm mais informação para escolher os candidatos. Também encontram-se nessa parcela de eleitores, segundo a opinião de especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, os mais jovens, ainda não influenciados pela polarização entre tucanos e petistas. Esse público ganhou peso ainda maior após as manifestações de junho e terá atenção especial dos marqueteiros durante a fase de campanha em 2014.
Ao menos na teoria, a ex-senadora Marina Silva sai na frente dos rivais em relação a esses eleitores, pois passou a imagem de ter uma forma diferente de fazer política, apesar de ter se filiado ao PSB após a Justiça Eleitoral negar o registro do Rede, no início do mês. “Mas a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves têm estrutura e capacidade de virar esse jogo, ainda favorável à ex-senadora”, disse o diretor de um instituto de pesquisas que preferiu não se identificar.
"Esses eleitores são muito mais exigentes, esperam para ouvir as propostas de cada um e analisam com cuidado tudo o que ouvem. É preciso mais sofisticação para convencê-los”
Paulo Teixeira, deputado federal e secretário-geral do PT