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Por mês, os deputados deveriam participar, em média, de 12 sessões deliberativas. No entanto, nos últimos 12 meses, 46 dias de votação não foram aproveitados. Isso corresponde a quase quatro meses em que os parlamentares deixaram de apreciar proposições no plenário (somados aos dois recessos, chega-se a um semestre de inatividade). O problema é agravado pela curta semana dos deputados – oficialmente, as votações ocorrem apenas entre as terças e as quintas-feiras.
Em 18 de outubro do ano passado, a Câmara aprovou um projeto de resolução que oficializou as sessões de votação em três dias da semana. Na época, o Estado de Minas mostrou que, além de enforcarem as segundas e as sextas-feiras, os parlamentares costumam incluir na gazeta as quintas, quando é comum registrarem presença em plenário pela manhã e correrem para o aeroporto, a caminho dos respectivos estados.
Além das quintas-feiras, há terças e quartas que não são aproveitadas por diversos motivos, como desacordo em torno de um projeto polêmico ou falta de quórum. Muitas vezes, quando não há consenso sobre uma proposta, a pauta é adiada até chegar a ponto de os deputados serem obrigados a varar madrugadas para finalizar a votação. O mutirão, no entanto, desagrada os próprios parlamentares.
O vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR), minimiza a baixa produtividade em plenário e alega que a função dos deputados não é só legislar: eles atuam também nas bases eleitorais e na fiscalização das contas do governo federal. "Há várias formas de avaliar o trabalho do Congresso, de forma qualitativa e quantitativa, e o mais importante é o resultado. Nós votamos temas importantes no último ano, como a MP dos Portos e a PEC das Domésticas", elenca.
Para o diretor da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, o argumento de que no restante do tempo os deputados trabalham nas bases não se sustenta. "Eles voltam para casa é para fazer campanha, vivem por conta de se reelegerem", afirma, acrescentando que a tendência de baixa produtividade de votações na Câmara só deve aumentar em 2014.