Prefeitos e vereadores de todo o país têm até quinta-feira para deixar os atuais partidos e ingressarem nos recém-criados PROS e Solidariedade. Pela legislação eleitoral, qualquer sigla dispõe de um mês para buscar filiados após a data de fundação. Como os dois foram aprovados pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 24 de setembro, a correria para fechar o maior número de políticos possível é grande nas cidades brasileiras e pode alterar a base de apoio dos postulantes ao Planalto em 2014, sobretudo a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB). O PROS apoia a petista e o Solidariedade já disse que estará ao lado do tucano.
A cúpula do PROS, dirigido pelo ex-vereador Euripedes Júnior, afirma que não quer fechar um número antes de amanhã para não passar a imagem de que tem um projeto e que o objetivo não foi atingido. Mas a expectativa é conseguir a adesão de cerca de 300 prefeitos, o que já daria fôlego para buscar a consolidação da legenda novata pelo país afora. A conta sobre a quantidade de vereadores é mais difícil de ser calculada, mas os integrantes da sigla acham possível passar de mil. Acredita-se que a maior parte seja oriunda da base do governo Dilma Rousseff. A avaliação é de que poucos estão na oposição ao Planalto hoje.
Já o Solidariedade tem nesta terça-feira duas reuniões consideradas importantes para consolidar os números finais das adesões. A Executiva Nacional da legenda se reúne 12h30 e a bancada na Câmara, formada por 23 deputados – oitava maior da Casa –, tem encontro marcado às 17h30. “É muita correria. É muita gente oferecendo e muita gente pedindo (vereadores)”, confirmou o secretário-geral do Solidariedade, Marcílio Duarte. Nem sempre, contudo, a empreitada logra êxito. “Eu fui para Roraima. Lá, não conseguimos ninguém e ainda voltei resfriado”, lamentou.
Fisiologismo
O líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischini (PR), avalia que nos últimos 30 dias a legenda conquistou muitos interessados, mas nega fisiologismo. “A grande maioria não se sentia mais representada em seus partidos, principalmente aqueles que defendiam a bandeira trabalhista”, argumenta. Ele reconhece, porém, que “ninguém é bobo de dizer que alguns vieram para ter mais espaço político”. “Isso é comum em todos os partidos”, analisa.
Segundo o deputado, 150 vereadores paranaenses se filiaram ao Solidariedade desde 23 de setembro, sendo 10 presidentes de câmaras do interior. Ele cita como importantes municípios conquistados Maringá, São José dos Pinhais, Paranavaí e Campo Mourão. Mas é no Tocantins que o Solidariedade mostra força. Dos 139 municípios do estado, 50 já são administrados por prefeitos da nova sigla.