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Estado de Minas

Petistas permanecem no governo do PSB em BH

Diferentemente do que ocorre no Rio do Grande do Sul e em Pernambuco, onde filiados ao PT e socialistas abandonaram o governo ''adversário'', na capital mineira eles ainda dividem gabinetes


postado em 22/10/2013 06:00 / atualizado em 22/10/2013 07:24

Primeira ruptura entre PT e PSB ocorreu em Belo Horizonte, antes da reeleição do prefeito Marcio Lacerda (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 27/12/12)
Primeira ruptura entre PT e PSB ocorreu em Belo Horizonte, antes da reeleição do prefeito Marcio Lacerda (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 27/12/12)
O fim da união entre PT e PSB fez com que petistas desembarcassem do governo de Eduardo Campos em Pernambuco e que socialistas deixassem a administração do petista de Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, mas em Belo Horizonte, exatamente a cidade em que aconteceu a primeira ruptura entre as duas legendas, integrantes do partido da presidente Dilma Rousseff seguem firme na administração de Marcio Lacerda (PSB). Na capital mineira, o PT permanece com cargos importantes, como a Secretaria Adjunta de Educação e postos de comando na Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).


A cisão da aliança entre os dois partidos ocorreu depois que o governador Eduardo Campos decidiu se lançar na disputa pelo Palácio do Planalto. A última dissolução de aliança se deu exatamente na terra do pré-candidato à sucessão de Dilma. No domingo, os petistas decidiram em reunião do diretório estadual entregar os cargos que mantinham no governo de Campos. A decisão valeu ainda para o município de Paulista, no Grande Recife, também governada pelo PSB.

Em Belo Horizonte a separação entre PSB e PT aconteceu nas negociações para disputa pela reeleição de Marcio Lacerda, no ano passado. Depois de acertarem a chapa, que teria o deputado federal Miguel Corrêa Júnior como vice, os petistas desistiram da parceria pela participação dos arquirrivais tucanos na campanha do prefeito. O partido lançou Patrus Ananias na disputa, que acabou derrotado por Lacerda.

A empresa pública BHTrans é a que mantém a maioria dos petistas na administração. Parte é concursada, mas ocupa cargos de confiança. Na diretoria de Atendimento e Informação, Lacerda mantém Jussara Bellavinha, mulher de um dos fundadores do PT em Belo Horizonte, o ex-vereador na cidade e ex-presidente da própria BHTrans Carlão Pereira. A BHTrans tem ainda em seus quadros Wellington Leal Pereira, gerente de Controle de Permissões, também aliado de Carlão. Entre as funções do cargo está a de coordenar a distribuição de placas de táxis na cidade.

Na Secretaria Municipal de Educação, o segundo principal cargo foi entregue a Afonso Celso Renan Barbosa, que já deixou o partido, mas segue próximo às lideranças da legenda. Na disputa por vagas na Assembleia Legislativa, por exemplo, Afonso fez campanha para Paulo Lamac (PT), ex-vereador que venceu a eleição para deputado estadual. Mulher de Paulo Moura – que foi presidente da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel) nos governos do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) e do próprio Lacerda –, Carina Araújo Paiva chefia o Departamento de Educação Ambiental e Gestão do Parque Ecológico Francisco Lins do Rego.

O presidente estadual do PT, deputado federal Reginaldo Lopes, diz que apenas petistas que são servidores de carreira da prefeitura continuam na administração de Lacerda. Segundo o  representante do PSB, no entanto, há também funcionários não concursados filiados à ex-legenda aliada que “prestam trabalho técnico e não partidário”. “São algumas dezenas em postos importantes, gerências importantes, mas não há a necessidade de retirada desde que não misturem preferência por legenda com o trabalho que executam”, afirma.

Antes do fim da aliança do PT e PSB em Pernambuco, os dois partidos terminaram a união que mantinham no Rio Grande do Sul, do governador Tarso Genro. A legenda de Eduardo Campos decidiu entregar os cargos que mantinha na administração seguindo o mesmo caminho da sigla no governo federal. O PSB mantinha, na gestão de Dilma Rousseff, os ministérios da Integração Nacional e Portos. O partido ocupava cerca de 30 cargos no governo de Tarso, como a Secretaria de Infraestrutura e Logística – a mais importante do estado – e a Presidência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer) e da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).

Saída oficial

Em audiência com o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o PT comunicou ontem oficialmente a entrega dos cargos ocupados por seus filiados. O presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, disse que, apesar da retirada, a atitude não significa que o partido fará oposição sistemática ao governo.

 


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