Menos de um ano depois de tomarem posse, prefeitos das pequenas cidades do Norte de Minas ameaçam paralisar serviços municipais e demitir pessoal se o governo federal não socorrê-los financeiramente. Eles reclamam, principalmente, da queda do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e de dívidas com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) que teriam sido deixadas por seus antecessores. Se eles decidirem pelo fechamento das prefeituras, será a segunda vez neste ano que moradores da região não poderão contar com atendimento nas repartições municipais. Em janeiro, algumas prefeituras fecharam as portas, mantendo somente os serviços essenciais.
Segundo ele, a entidade acompanha mobilização da Associação Mineira de Municípios (AMM) e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) em defesa de um encontro de contas entre prefeituras e Receita Federal, visando a renegociar dívidas previdenciárias. “Só não pode ser da maneira como vem ocorrendo, com resgates sem que os prefeitos fiquem sabendo quanto e como serão, comprometendo sistematicamente as finanças e os planejamentos”, acrescentou o presidente da Amams.
Mendes Leite diz que várias prefeituras foram obrigadas a dispensar servidores e adotar medidas de economia, citando a cidade que administra, Mirabela, de 12,7 mil habitantes, onde foram demitidos cerca de 100 contratados e suspensos shows e barraquinhas da tradicional Festa de Agosto. Já em Ibiracatu, de 5,9 mil habitantes, o chefe de Gabinete da prefeitura, Valdenuz de Jesus Fereira, informou que foram dispensados 100 dos 140 servidores contratados.
Segundo a Amams, várias prefeituras do Norte sofreram bloqueios do FPM este mês, devido as dívidas com o INSS. Uma delas foi Porteirinha (37,6 mil habitantes), que recebeu R$ 623.162,77 e teve um bloqueio de R$ 546.063,56, sobrando apenas R$ 77.099,21 para quitar a folha do funcionalismo. Em Gameleiras (5,13 mil habitantes), a prefeitura deveria ter recebido R$ 207.720,93 de FPM, mas depois de uma retenção do INSS de R$ 200.155,96, sobraram R$ 7.564,97. Em Capitão Enéas (14,2 mil habitantes), segundo a associação, a situação foi ainda pior. Toda a na primeira parcela do FPM de outubro, de R$ 346.201,54, foi retida para quitar os débitos com a Previdência Social.