Leia Mais
Militares traçam estratégias para eleger deputados estaduais e federaisGrupo na Câmara discutirá PEC de policiais militaresOs citados pelo MPF como sequestradores de Alves são Luiz Mario Correia Lima, Roberto Augusto de Mattos Duque Estrada, Dulene Aleixo Garcez dos Reis e Valter da Costa Jacarandá. Convocados a depor pelas Comissões Nacional e Estadual (fluminense) da Verdade, Correia Lima, Duque Estrada e Garcez dos Reis responderam às perguntas com "nada a declarar". Jacarandá confessou ter torturado, mas negou ter relação com o caso de Alves e afirmou não lembrar os nomes dos presos que torturou.
Em defesa de sua tese, os procuradores citaram na denúncia três casos nos quais o Supremo Tribunal Federal extraditou acusados de sequestro de presos políticos desaparecidos em países vizinhos. Um dos processos é a Extradição 974, do major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini para a Argentina, onde é acusado de, como integrante da Operação Condor, coordenação repressiva das ditaduras do Cone Sul, ter sequestrado o argentino Adalberto Valdemar Soba Fernandes, que tinha 10 anos ao desaparecer em 1976.
Outra ação do gênero é a Extradição 1150, de Norberto Raul Tozzo, acusado de participação no Massacre de Margarita Belén, em 13 de dezembro de 1976 na província do Chaco (norte da Argentina), no qual foram mortos 22 presos políticos. Apesar de denunciado pelo múltiplo homicídio, Tozzo foi extraditado apenas pelo sequestro, pois os assassinatos prescreveram.
O entendimento da corte foi o mesmo na Extradição 1278, contra Claudio Vallejos, militar que atuou na Escola de Mecânica da Armada (EsMA), centro de torturas da Marinha argentina. A extradição foi concedida pela 2ª Turma do STF, mas apenas por sequestro. Tortura e homicídio foram considerados prescritos, pela legislação do Brasil.