A ideologia partidária está longe de ser critério para o PCdoB e o PDT decidirem se ficam na base governista ou na oposição à gestão do governador Antonio Augusto Anastasia (PSDB). Pelo menos no discurso dos parlamentares das legendas, a balança vai pender para aquele que oferecer o melhor espaço na administração ou nas comissões da Assembleia. Os dois partidos integram hoje o grupo de aliados aos tucanos, mas estudam convite do bloco oposicionista e admitem mudar de lado.
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No PCdoB, o dilema entre ser base ou voltar para a oposição também atinge os deputados Celinho do Sintrocel e Mário Caixa. PT e PMDB têm procurado a legenda para agregá-la de volta ao bloco de oposição, já garantindo a eles participação em uma coligação para a disputa para Câmara dos Deputados e Assembleia no ano que vem. Ocorre que os parlamentares temem perder os espaços em comissões que ocupam por serem da base governista. “O PCdoB tem como decisão nacional o apoio a Dilma e a uma mudança no governo de Minas. Quando deixamos o bloco de oposição (ao governo de Minas) foi porque o PT não tinha como nos garantir espaço nas comissões e um parlamentar sem comissão fica extremamente prejudicado”, afirmou Celinho do Sintrocel.
A ida de Celinho e Caixa para o bloquinho lhes rendeu vaga nas comissões de Transporte, Comunicação e Obras Públicas e de Assuntos da Copa do Mundo. “Já fui procurado por PT e PMDB para que a gente pudesse integrar a oposição, mas estamos discutindo. Tem que ver se vai estar garantida a nossa permanência nas comissões ou não para decidir”, afirmou, lembrando que, eleitoralmente, o PCdoB tem sido parceiro nos projetos do PT.
Deputadas
A oposição também tentou atrair as duas deputadas que se filiaram ao PROS, mas Rosângela Reis (ex-PV) e Liza Prado (ex-PSB) decidiram ficar no mesmo bloquinho governista que abriga o PCdoB. Nacionalmente o PROS é base da presidente Dilma. “Tivemos reunião e o nosso posicionamento é de continuar no bloquinho. Eu e Liza já atuávamos sendo base e decidimos continuar”, afirmou. A ida do PROS para o bloco de oposição chegou a ser dada como certa pelo PT e PMDB, que chegaram a fazer um ultimato, dizendo que, se as parlamentares não se alinhassem agora estariam fora de uma chapa para concorrer à reeleição no Legislativo.