Brasília - Distante de Minas desde que assumiu o comando nacional do PSDB e a possibilidade de candidatura ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves vai voltar a investir no Estado a fim de montar uma chapa pura com tucanos de sua confiança disputando o governo e o Senado. O objetivo, segundo aliados próximos do ex-governador, é impedir o avanço do PT de Dilma Rousseff e conquistar “pelo menos” 60% dos 15 milhões de votos mineiros.
A estratégia tucana também passa por entregar o posto de vice na chapa majoritária para o PP. Isso consolidaria a aliança do partido com o PSDB em Minas e ajudaria a bloquear a aproximação da sigla com a candidatura presidencial de Dilma Rousseff. “Dono” de 1min15s em cada bloco de 25 minutos na propaganda eleitoral na TV, o PP está dividido nacionalmente.
Para pavimentar o acordo com o aliado, o senador mineiro patrocinou, ainda, a mudança do presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Dinis Pinheiro, do PSDB para o PP.
Com essa amarração, Aécio espera acabar com os focos de disputa interna em sua base. Esse caminho, porém, conta com alguns obstáculos. O principal deles é convencer Anastasia a deixar o governo. Sua opção pessoal seria terminar o mandato. O senador busca também um espaço para acomodar o DEM.
Meta modesta
O objetivo de conquistar 60% dos votos de Minas no 1.º turno, é considerado “modesto” por aliados de Aécio. Na eleição para governador em 2006, ele foi reeleito no 1.º turno com 77% dos votos válidos. Já no pleito de 2010, Dilma recebeu 5.067.399 votos em Minas Gerais (46,9%), contra 3.317.872 (30,76%) de José Serra (PSDB) e 2.291.502 (21,5%) de Marina Silva (PV).
No 2.º turno, a petista conseguiu cerca de 2 milhões de votos de vantagem sobre o tucano - 6.220.125 contra 4.422.294. Pesquisa divulgada pelo jornal Estado de Minas mostra Aécio com 46,6% (o que equivale a 7 milhões de votos), Dilma com 34,4% (5,1 milhões) e Eduardo Campos com 6% (900 mil). Outra iniciativa de Aécio para manter a influência em Minas é reforçar sua agenda no Estado.