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Texto aprovado da LDO inclui proposta do Orçamento ImpositivoCâmara deve retomar hoje votação da LDO para 2014Votação no Congresso da LDO está marcada para hojeCom frágil articulação política, governo tenta aprovar LDO ainda este anoVotação do Orçamento de 2014 pode ficar para o ano que vemDeputados e senadores têm garantidos R$ 12,8 milhões para investir em bases eleitoraisPresidente do Congresso recebe LDO e votação é marcada para 19 de novembro"A pior coisa do mundo é quando você para uma obra, principalmente de grande porte. Causa um prejuízo econômico-financeiro e social muito grande. Na descontinuidade, quando a obra retoma, ela já é, em 99% dos casos, mais cara para a sociedade", argumentou Forte. Mobilidade foi uma das demandas das manifestações de junho. "Isso é necessidade do País, não é concessão ao governo. Temos de acabar com este falso discurso de que moraliza parar obra. Causa é prejuízo", defendeu, excetuando casos de desvio de dinheiro.
De acordo com ele, a legislação também procurou eliminar entraves burocráticos na realização de convênios entre o governo federal e prefeituras. Com a LDO de 2014, certidões de adimplência e cumprimento de exigências fiscais passarão a ter validade de 120 dias, evitando, assim, que recursos voltem para a administração federal por questões de burocracia. O texto também privilegia repasses para as Santas Casas de Misericórdia investirem em equipamentos de média e alta complexidade.
Outro ponto destacado por Forte é a imposição de transparência nas verbas destinadas a organizações não governamentais (ONGs). A LDO passa a exigir que a entidade beneficiada e os dirigentes tenham "ficha limpa". "A instituição ou o dirigente que não tiver com sua documentação toda regularizada e não tiver o exercício da atividade voltado para aquele fim, ela não pode receber essa transferência", afirmou.
Orçamento Impositivo
O atraso na aprovação da LDO, que deveria ser votada no fim do primeiro semestre, se deu por causa das negociações em torno da PEC do Orçamento Impositivo. Inicialmente, o Poder Executivo federal era contra o projeto que obriga a execução de emendas parlamentares, mas, após um acordo, foi anunciado que as propostas dos congressistas corresponderão a 1,2% da receita corrente líquida do ano previsto no projeto orçamentário, um aumento de 20% sobre o plano original. Metade das dotações deve ir para as áreas de atenção e prevenção do serviço público de saúde. Os parlamentares poderão destinar parte das quantias para custeio, desde que não seja para gastos com folha de pagamento.
Segundo Forte, o Orçamento Impositivo significa o "fim da subserviência e do fisiologismo mais barato que há, que é a troca de favores (com o Executivo federal) por emendas". "Acho que a gente vai ter um salto na qualidade política a partir do Orçamento Impositivo. Mudando essa relação, quebra-se um ciclo vicioso", concluiu.
Com a aprovação na CMO, o texto final passará por uma revisão e será encaminhado ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O relator da LDO ressalta que é importante acelerar a votação no Congresso. "Eu não quero uma LOA (Lei Orçamentária Anual) diferente da LDO. Então, a gente tem de dar celeridade à aprovação da LDO para não haver distorção porque a LOA ainda pode ser modificada", lembrou Forte. A LOA precisa ser aprovada pelo Congresso até 22 de dezembro.