Leia Mais
Supremo retoma caso da Raposa Serra do SolGurgel promete a deputados conversar com Joaquim Barbosa sobre Raposa Serra do SolDuelo de raposas ao longo dos temposO deputado também espera para a próxima semana uma decisão do governo em relação à publicação da portaria que inclui a participação de outras instituições, além da Fundação Nacional do Índio (Funai), no processo de identificação e demarcação de terras indígenas. Heinze afirma que, em reunião realizada nesta quarta, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT/SP), foi informado que a portaria deve seguir na próxima semana para Casa Civil da Presidência da República.
Heinze salienta que a publicação da portaria sobre novos procedimentos para demarcações de terra indígenas foi prometida em maio deste ano pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, quando participou de audiência pública ao ser convocada pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. O presidente da FPA acredita a decisão do STF contribui para que portaria sobre os procedimentos para demarcações seja "mais abrangentes, pois hoje as decisões são unilaterais, pendem só para um lado".
Indenização
Outro ponto que será prioridade da FPA é a aprovação do PL 227/2012, agora batizado de Lei Homero Pereira, em homenagem ao deputado autor da proposta, que faleceu no último domingo, vítima de um câncer no estômago. A proposta define as áreas de interesse da União para fins de demarcação de terras indígenas e estabelece indenização "ao possuidor de boa fé". Heinze considera que a própria decisão do STF já sinalizou com a indenização no caso de desapropriações. Ele afirma que o assunto está sendo discutido com o ministro Cardozo e com o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, para tentar chegar a um texto de consenso.
Heinze manifestou preocupação em relação decisão do STF quando à questão do "marco temporal", pois em vez do ano de 1988 estabelecido na Constituição para definir a ocupação pelos índios, o prazo pode remontar a 1500. Ele diz que a questão preocupa não só os produtores rurais, pois diz respeito também aos investimentos sem hidrelétricas, estradas e hidrovias. "Nada se pode fazer quando existe uma interpretação própria do Ministério Público. O investidor precisa de marcos regulatórios seguros, que respeitem o direito de propriedade", conclui.