O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira, 24, que a mudança nas dívidas de Estados e municípios com a União não é uma repactuação nem uma reestruturação, mas apenas uma alteração de indexador.
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Reforma do ICMS
Quanto à reforma do ICMS, Mantega disse que ela representa 70% de uma reforma do sistema tributário brasileiro. Segundo ele, o imposto é o "tributo mais problemático". "Nós passamos por um grande processo de amadurecimento da reforma do ICMS. Nós tentamos no passado fazer essa reforma, mas não conseguimos."
Guido Mantega disse que a guerra fiscal praticada pelos Estados terá sido "frutífera" no passado caso o Supremo Tribunal Federal não edite uma súmula vinculante para declarar inconstitucionais os incentivos fiscais já concedidos pelos entes federados. Para ele, a concessão unilateral de benefícios acabou virando uma "guerra de todos contra todos".
O ministro disse ainda que concorda com a filosofia sugerida pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) de gastar mais recursos com a educação, mas frisou que não concorda com a fórmula segundo a qual a União teria de bancar todas as despesas. Segundo ele, a União iria quebrar se isso ocorresse. "Não há uma situação folgada de estados, municípios nem da União", disse.