Jornal Estado de Minas

Eduardo Campos afirma que poderá ajudar Dilma sempre que for necessário

O governador de Pernambuco disse que o PSB está aberto ao diálogo "a favor do Brasil"

Tércio Amaral João Valadares
Eduardo Campos baixou o tom das críticas e "saudou" Dilma após a presidente elogiar o prefeito de Belo Horizonte - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PressDepois de vários dias com críticas sistemáticas à condução da política econômica pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o governador Eduardo Campos (PSB) aliviou o tom. Nessa quinta-feira, durante uma agenda de visita a obras, afirmou que poderá ajudar a ex-aliada sempre que for necessário. A petista, segundo ele, ainda poderia contar com o apoio da ex-senadora Marina Silva, recém-filiada ao PSB e criadora da Rede Sustentabilidade. “A presidente sabe que pode contar com o PSB e com a Rede para um diálogo bem diferente. Quando o diálogo for a favor do Brasil, ela vai contar conosco”, afirmou.
A declaração sobre a “parceria” surgiu depois que Campos foi indagado sobre os possíveis problemas na aliança nacional do PT com o PMDB. Os peemedebistas anunciaram, no fim de semana, candidatura própria ao governo de São Paulo, com o ex-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf. Já o PT mantém o projeto da candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo do Rio de Janeiro, tradicional reduto do PMDB.

“Nós não vamos, de maneira nenhuma, alimentar esse tipo de política. É exatamente para vencer esse tipo de política que nós estamos fazendo esse debate com a sociedade brasileira. Então, todas as vezes em que a presidenta precisar do PSB e da Rede, para vencer esse tipo de prática política e defender os interesses mais elevados do povo do Brasil, fique certo que estaremos lá, fazendo política com o ‘P’ maiúsculo”, disse Eduardo ao se referir à possível pressão que o PMDB estaria fazendo em favor de cargos e mais espaço na máquina federal. As declarações ocorrem pouco mais de um mês após o PSB deixar a base aliada.

Sobre palanque estaduais, o governador preferiu não aprofundar o assunto. Disse que a legenda teria tempo até 2014 e que o objetivo do PSB e da Rede Sustentabilidade, que fecharam acordo há 20 dias, é construir uma pauta de reivindicações dialogando com a sociedade.

O governador de Pernambuco também avaliou como “natural” os elogios da presidente Dilma ao prefeito de Belo Horizonte, o socialista Marcio Lacerda. Na quarta-feira, na capital mineira, a petista fez questão de definir o gestor como “grande parceiro” e chamou a atenção de repórteres para as “boas práticas” de sua administração.

PSDB

Os governadores de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e de Goiás, Marconi Perillo, ambos do PSDB, defenderam nessa quinta-feira a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. A dupla reconheceu o direito legítimo do ex-governador de São Paulo José Serra pleitear a vaga na corrida presidencial. No entanto, ressaltaram que a vez é do senador mineiro.

“O governador Mário Covas (PSDB-SP) dizia que ‘a fila anda’, e o entendimento da maioria dos líderes do PSDB é de que a vez agora é de Aécio”, disse Perillo, depois de participação num fórum de economia em São Paulo. Anastasia salientou que a estratégia de Serra de se aproximar de Aécio não prejudica a pré-candidatura do senador. “Serra tem suas pretensões, mas agora é mesmo a vez de Aécio”, disse.

A receita do bolo de Lula


O PT escalou uma tropa de choque para a propaganda partidária exibida em rede nacional de tevê na noite de ontem, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o Bolsa Família e o programa Mais Médicos. Ao comentar os 10 anos do programa de transferência de renda, Lula disse que “o Bolsa Família é como um bolo: quanto mais batem, mais ele cresce”. Em outro trecho, uma profissional brasileira e um cubano, ambos do Mais Médicos, dão depoimentos sobre o programa, uma das vitrines de Dilma. Além do cacique petista, participaram da gravação a presidente Dilma Rousseff, os governadores Agnelo Queiroz (DF), Tarso Genro (RS), Jaques Wagner (BA) e Tião Viana (AC), além do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.