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Estado de Minas

Partidos se mobilizam para buscar apoios e dinheiro para 2014

Dilma e Aécio saem na frente. Eduardo enfrenta desconfiança em relação às ideias de Marina


postado em 28/10/2013 08:56 / atualizado em 28/10/2013 08:25

Aécio (E) tem a seu favor as boas relações do PSDB com o setor produtivo. Eduardo (D) quer se mostrar confiável(foto: Gustavo Moreno/ CB/D>a Press)
Aécio (E) tem a seu favor as boas relações do PSDB com o setor produtivo. Eduardo (D) quer se mostrar confiável (foto: Gustavo Moreno/ CB/D>a Press)

Diante de um cenário de candidaturas ainda indefinido e com o país crescendo em ritmo mais fraco que o de 2010, o setor produtivo tende a demorar mais para decidir em quais candidatos ao Palácio do Planalto investirá seus recursos na campanha de 2014. A disputa promete ser uma das mais liberais dos últimos anos. O PT, de Dilma Rousseff, aposta nas concessões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias para destravar o crescimento. O PSDB mantém seu discurso de parceria com a iniciativa privada enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, esforça-se para se tornar confiável. “Tanto Aécio quanto Eduardo têm um bom trânsito entre os empresários”, confirma um presidente de entidade empresarial.

Apesar do relacionamento conflituoso com os empresários, a presidente Dilma Rousseff leva vantagem nessa disputa. Além de ser candidata à reeleição, ela integra o grupo político que está no poder há 10 anos. Em 2010, ela teve, entre doações de pessoas físicas e jurídicas, R$ 135 milhões disponíveis para a campanha. O tucano José Serra recebeu R$ 106 milhões, e Marina Silva — na época filiada ao PV — recebeu minguados R$ 24 milhões.

O Planalto já mapeou quem, neste momento, está mais próximo de Dilma. O setor de construção civil tende a continuar apoiando o PT, de olho nas grandes obras do PAC e nas concessões do setor de infraestrutura, que a presidente promete tirar do papel em um eventual segundo mandato. “O PIB ligado à construção sabe que o nível de investimento do país é baixo, que a qualificação da mão de obra é insuficiente. Mas tem medo de que o monetarismo dos tucanos implante a ortodoxia e corte recursos para obras de desenvolvimento”, disse um político acostumado com disputas eleitorais.

Ambiguidade

O setor também tem desconfiança em relação à Marina Silva e suas ideias ambíguas em relação a grandes obras. Os grandes grupos precisam de energia para crescer e, nessa área, Marina tem um discurso pouco amigável. “Quando ela era ‘outsider’ podia falar o que queria, até dizer que era contra a energia hidrelétrica. Agora tem que deixar claro qual é a alternativa”, disse um interlocutor do setor produtivo.

Os governistas sabem que não poderão contar com o apoio dos bancos. Os banqueiros, segundo uma fonte palaciana, têm ojeriza à Dilma, sobretudo após a pressão feita pela presidente em favor da redução da taxa de juros. Isso pode fazer com que olhem com mais carinho para os demais candidatos. Maria Alice Setúbal, uma das herdeiras do Itaú, está ao lado de Marina desde 2010 e pode ajudar a atrair colegas de setor.

O agronegócio, principal responsável pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos, não tem um nome preferencial. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais líderes do setor, ensaiava uma aproximação com Eduardo Campos, mas foi rechaçado por Marina Silva. “Depois que ela disse que o agronegócio era um inimigo históricos dos trabalhadores rurais, o diálogo foi cortado”. Os ruralistas não gostam do PT, a quem atribuem o incentivo às invasões de terras, mas, tampouco, fecham incondicionalmente com os tucanos. “Veremos qual será o nome mais competitivo. O único pesadelo será nos depararmos com uma disputa entre Dilma e Marina”, brincou Caiado.

No setor industrial, as opiniões se dividem. Apesar de críticas pontuais, interlocutores lembram que Dilma sempre procurou a indústria para debater os grandes programas do governo, como o Minha Casa, Minha Vida. Os paulistas são os mais refratários a presidente. “Por isso, é importante o PT não implicar com a candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo”, disse um aliado. Skaf é do PMDB e presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).

Caixa de campanha

Principais financiadores dos presidenciáveis na campanha de 2010

Dilma Rousseff (PT)

(foto: Edílson Rodrigues/CB/D.A Press)
(foto: Edílson Rodrigues/CB/D.A Press)


» Camargo Correa – R$ 7 milhões
» Andrade Gutierrez – R$ 4,6 milhões
» JBS S/A – R$ 6 milhões
» Metalúrgica Prada – R$ 2 milhões
» Queiroz Galvão – R$ 2 milhões
» Ambev – R$ 1,5 milhão
» Hypermarcas – R$ 1,5 milhão
» Arcelor Mittal – R$ 1 milhão

Total de receitas:
R$ 135,5 milhões

José Serra (PSDB)

» ARG – R$ 3 milhões
» Alvorada S/A – R$ 4 milhões
» Camargo Correa – R$ 2 milhões
» Andrade Gutierrez – R$ 2 milhões
» Queiroz Galvão – R$ 2 milhões
» Gerdau – R$ 3 milhões
» Hypermarcas – R$ 1,5 milhão
» JBS – R$ 3 milhões

Total de receitas
: R$ 106,5 milhões

Marina Silva (PV)

» Guilherme Leal (Natura) – R$ 10,72 milhões
» Andrade Gutierrez – R$ 1 milhão
» Camargo Correa – R$ 1 milhão
» Eike Batista – R$ 500 mil
» Embraer – R$ 350 mil
» Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – R$ 300 mil
» Ambev – R$ 300 mil
» Maria Alice Setúbal (Itaú) – R$ 300 mil

Total de receitas:
R$ 24,93 milhões


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