Espera-se que os 50 profissionais do setor escolhidos para participar do evento
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Ferri é responsável também pelo site e-democracia – que, entre outros resultados, serviu de “ponte” para a participação popular na elaboração do Estatuto da Juventude, promulgado no mês passado. Além de ser, neste momento, um canal para sugestões para a reforma política, que está em estudo na Casa a partir da criação, há pouco mais de um mês, de um Grupo de Trabalho que tem por meta apresentar ainda neste ano projetos de lei e Propostas de Emendas à Constituição (PECS) para votação em plenário.
Em resumo, toda essa movimentação em torno da internet é, na verdade, mais um eco das manifestações que amiúde eclodem na Câmara e nas ruas nos últimos tempos, principalmente tendo em vista os protestos de junho deste ano. Desde então, o que já era uma tendência ganhou urgência dos deputados para dar transparência aos atos do legislativo e virou, ao que parece, uma espécie de palavra de ordem dentro da instituição.
Salão Verde
E é com esse viés da transparência que, durante quatro dias, o salão verde da Câmara – local considerado o “coração” da Casa, próximo ao plenário -, será palco da maratona hacker. A Hackathon terá a participação, de acordo com Ferri, dos deputados dispostos a “tirar dúvidas e dar sugestões” sobre as ferramentas que serão produzidas.
Nesses quatros dias de outubro e novembro, deputados vão se “misturar” com quem sempre foi confundido com ações de sabotagem na internet, invadindo sites e portais ou roubando informações sigilosas. Na verdade, os autores desses atos ilícitos são os crackers. Os hackers são os responsáveis por conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos e programas, com capacidade para traduzir de forma simples dados muitas vezes complicados e dispersos na internet.
O concurso Hackathon 2013 da Câmara também faz parte das comemorações dos 25 anos, neste ano, da promulgação da Constituição Federal, a “Constituição cidadã”, assim chamada pelo deputado federal Ulysses Guimarães, morto em 1992.
O concurso da Câmara vai premiar com R$ 5 mil cada um dos três primeiros colocados. Vale lembrar que a maratona de hacker não é inédita no país. Muito menos é a primeira vez que os hackers se dedicam a criar meios de controle dos parlamentares e compreensão do trabalho que eles realizam. Apenas um exemplo: o primeiro colocado deste ano do Campus Party Brasil, considerado o maior evento de inovação tecnológica, internet e entretenimento eletrônico do país, concorreu com uma ferramenta batizada de “radar parlamentar”, um aplicativo que permite saber a votação dos partidos nas casas legislativas.