Aécio Neves faz ataque à área econômica do governo Dilma

No encontro dessa segunda-feira em Uberlândia, que reuniu lideranças de 11 partidos e foi batizado de Conversa com os Mineiros, o senador Aécio Neves disse que está na hora de pôr fim ao governo do PT, “que tão mal tem feito ao Brasil.” Para o senador, pré-candidato ao Palácio do Planalto, as conquistas do país nos últimos 20 anos correm risco sob o comando da presidente Dilma Rousseff por causa de sua política equivocada, principalmente na área econômica.

Segundo o senador, o partido da presidente adota hoje posturas “demonizadas” por seus integrantes no passado, como as parcerias com a iniciativa privada e as privatizações. “O PT realizou poucos dias atrás a maior privatização da história do Brasil no caso do pré-sal, mas tem dificuldades de admitir isso.”

“Nós não podemos demonizar o capital privado. Temos de criar condições de respeito a contratos e condições jurídicas que não se alterem a todo instante para que os investimentos tenham segurança de vir para o Brasil”. Aécio disse que em sua viagem recente aos Estados Unidos, para falar com investidores estrangeiros, ter sentido “enorme pessimismo” em relação ao Brasil. “Exatamente pelo intervencionismo do governo, pela felixibilização na condução da política econômica”.

O senador criticou ainda os baixos investimentos do governo na área da saúde e afirmou que nos anos de governo Fernando Henrique Cardoso 56% dos recursos para o setor vinham dos cofres federais. “Hoje esse valor não chega a 45%”. Para o senador, é preciso refundar a Federação e dar mais condições financeiras para as prefeituras, cada dia mais sobrecarregadas e com menos recursos. Ele criticou também a pouca ajuda que o governo federal dá para resolver o problema da segurança pública nos estados e municípios, responsáveis, segundo ele, por 87% dos investimentos que são feitos no setor em todo o Brasil. Para Aécio, apesar de a segurança ser responsabilidade dos estados e municípios é preciso uma maior cooperação do Planalto. “Nenhuma matéria que diz respeito à Federação foi votada este ano e nos anos anteriores pela base governista”, criticou.

Aécio disse também não saber qual será seu papel na eleição de 2014 e que por enquanto ele é apenas o presidente do PSDB e que está rodando o país para apresentar aos cidadãos a proposta do partido. “Não sei o que o destino me reserva, mas não me faltarão forças para lutar pelo resgate da ética e da refundação da Federação”, disse o senador, recebido em Uberlândia em clima de campanha eleitoral, com faixas e gritos de “Aécio presidente”. O senador anunciou na cidade a criação de um movimento batizado de Quem Muda o Brasil é Você.

Aécio afirmou que nesses encontros serão colhidas sugestões de assuntos relevantes que devem ser discutidos e resolvidos no país. O próximo vai ser em Poços de Caldas, no Sul de Minas. O senador vai visitar nos próximos dias o Norte do país. Ele vai a Manaus (AM) e Belém (PA). Durante o evento de ontem, foram chamados ao palco representantes da sociedade para “conversar com o senador”, mote que vem sendo usado pelas campanhas partidárias do PSDB no rádio e na televisão.

"Nós não podemos demonizar o capital privado. Temos de criar condições de respeito a contratos e condições jurídicas que não se alterem a todo instante para que os investimentos tenham segurança de vir para o Brasil" - Aécio Neves, senador e presidente do PSDB