Jornal Estado de Minas

Turma do deputado Paulinho da Força está envolvida em fraude

Seis lotes com assinaturas falsificadas de apoio ao Solidariedade, incluindo dois mortos, foram entregues nos cartórios eleitorais por três pessoas ligadas ao deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força

João Valadares
Paulinho deixou a Força Sindical para se dedicar ao Solidariedade - Foto: José Varella/CB/D.A press - 8/5/08  Os seis lotes com assinaturas falsificadas de apoio ao Solidariedade, incluindo dois mortos, foram entregues nos cartórios eleitorais da Asa Norte e de Águas Claras, em Brasília, por três pessoas ligadas ao deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, presidente do partido. Quando as denúncias de fraude na criação da legenda surgiram, o parlamentar alegou que havia sido vítima de sabotagem e que infiltrados tinham fornecido as fichas falsas à Justiça Eleitoral para incriminar a sigla. Documento obtidos pelo Estado de Minas indicam que, além do motorista do deputado, Luiz Carlos Moura, também entregaram fichas com firmas falsificadas o estagiário André de Vilhena Moraes Silva, que trabalha no escritório de advocacia que prestou assessoria jurídica para criação do partido, e o secretário-parlamentar Márcio Martins de Oliveira, lotado no gabinete de Paulinho.
Em 4 de abril, André de Vilhena protocolou 185 fichas de apoio no cartório da Asa Norte.  Todos os nomes são de pessoas que foram ou são filiadas ao Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis). A entidade sindical é investigada como suspeita de ter vazado os dados dos filiados para o Solidariedade. O presidente do Sindilegis, Nilton Paixão, é bastante ligado ao deputado Paulinho da Força.

Procurado pelo Estado de Minas, André Vilhena confirmou que entregou as assinaturas. “Fiz simplesmente a diligência de entregar. O nosso escritório prestou assessoria jurídica para o Solidariedade”, afirmou. O secretário parlamentar Márcio Martins de Oliveira, lotado no gabinete de Paulinho desde abril do ano passado, entregou no dia 19 daquele mês fichas de apoio com assinaturas falsas no cartório de Águas Claras. Ele não foi localizado para comentar o assunto.