Jornal Estado de Minas

Tucanos cortejam o PSD para as eleições de 2014

Pimenta da Veiga e o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, se reúnem com deputados mineiros do partido de Kassab de olho em mais alguns preciosos segundos da propaganda na TV

Bertha Maakaroun - enviada especial
Embora não tenha sido oficializado, Pimenta da Veiga já circula entre os tucanos como o candidato do partido ao governo - Foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A PRESS - 26/8/13

Os tucanos entraram na briga pelo PSD em sua coligação ao Palácio da Liberdade em Minas Gerais. Depois de terem sido procurados pelo PMDB e pelo PT, os deputados federais e estaduais do PSD se reuniram nessa terça-feira, em Brasília, com o provável candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, e com o presidente estadual do partido, Marcus Pestana. Para apoiar um dos candidatos ao governo, o PSD de Minas manteve a cartilha já apresentada aos outros partidos: quer coligações vantajosas para as chapas proporcionais de deputado estadual e deputado federal, além de participação na chapa majoritária.

Assim como peemedebistas e petistas, os tucanos sinalizaram estar dispostos a atender o pleito do PSD para garantir o apoio em Minas do partido de Gilberto Kassab, que no plano nacional está na base de apoio ao governo Dilma Rousseff (PT).

Ao lado do PP, o PSD é hoje a quarta maior bancada na Câmara dos Deputados – tem 41 cadeiras, cinco a menos do que o PSDB, a terceira bancada. Quando os deputados do PSD licenciados em cargos executivos retornarem à Casa, o cacife da legenda para as eleições de 2014 na negociação com as chapas majoritárias vai variar entre 1 minuto e 35 segundos e 1 minuto e 51 segundos de propaganda eleitoral nas rádios e TVs.

“Colocamos quais são as nossas posições. O partido que sai com uma bancada nacional forte, que tem um espaço importante nas eleições de 2014 e, em Minas, tem sete deputados federais e seis estaduais, tem que ter clareza e noção de sua força”, disse Geraldo Thadeu, vice-presidente da legenda em Minas. Segundo ele, o PSD vai conversar com todos os partidos que o procurarem.

Na prática, entretanto, com a polarização das eleições em Minas entre o PSDB e o PT, tudo indica que o PSD voltará a ser disputado, como ocorreu nas eleições para a Prefeitura de Belo Horizonte no ano passado. Desta vez, contudo, os parlamentares do PSD, muito preocupados com a própria reeleição, têm um pacto de decidirem juntos quem apoiarão. “Tivemos aquele problema em BH. Uma forma de unir o partido é ouvir todos, nas diferentes tendências dentro do PSD. Com o tempo vamos amadurecer para saber o melhor caminho”, disse Geraldo Thadeu. Em relação particularmente ao PSDB, os parlamentares querem maior aproximação com o governo do estado, o que, em política, significa dizer que precisam de apoio, programas e facilidades para as suas bases eleitorais.

Próximos

A argumentação empregada por tucanos aos deputados do PSD foi a de que, em termos ideológicos, seria maior a identidade da legenda com o PSDB do que com o PT. “O PSD é parceiro do governo de Minas e tem mais identidade com o PSDB do que com o PT. Por exemplo, é a favor da livre iniciativa e contra o intervencionismo do Estado”, argumentou Marcus Pestana. Pimenta e Pestana asseguraram aos deputados do PSD de que terão situação mais confortável para a sua reeleição em coligação com o PSDB do que com o PT. Foi também sinalizado ao partido uma posição na chapa majoritária, provavelmente a primeira suplência ao Senado, caso o candidato seja o governador Antonio Anastasia. 

Participaram do almoço com Pimenta da Veiga e Marcus Pestana, ontem, os deputados federais Marcos Montes, Walter Tosta, Jaime Martins, José Humberto, Alexandre Silveira – licenciado da Câmara para o cargo de secretário de Estado de Gestão Metropolitana – e Geraldo Thadeu, que representou o presidente Paulo Simão, que estava em agenda em São Paulo. Também estiveram presentes os deputados estaduais Fábio Cherem e Cássio Soares, que está na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social.