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Estado de Minas

PDT entra na Justiça para reaver mandato de deputado

O PDT tinha uma bancada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais de cinco parlamentares e passou a ter três


postado em 30/10/2013 06:00 / atualizado em 30/10/2013 07:50

O PDT de Minas Gerais protocolou nessa terça-feira no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ação pedindo o mandato do deputado estadual Tenente Lúcio, que deixou a legenda para se filiar ao PSB. O partido, que tinha uma bancada na Assembleia Legislativa de cinco parlamentares e passou a ter três, quer recuperar parte do espaço e acusa o antigo integrante de ter lhe aplicado um golpe. É que, apesar de ter assinado o desligamento do PDT em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, em 2 de agosto, a mudança não foi comunicada à Justiça Eleitoral nem ao Legislativo estadual até 2 de outubro, quando venceu o prazo de dois meses para os interessados requererem a vaga por infidelidade partidária.

 “Ele não podia mudar, a não ser que fosse para um partido em formação”, argumentou o presidente do PDT mineiro, deputado federal Mário Heringer. De acordo com o dirigente, apesar de ter saído em agosto, Tenente Lúcio camuflou a saída, não deixando o partido perceber que deveria reivindicar sua vaga. “Ele participou de reuniões do PDT, assinou ata e tudo. Temos foto dele participando e também não comunicou à Assembleia. Queremos ver se o Tribunal Regional Eleitoral vai bater palma para isso, porque se for vai virar bagunça”, afirmou o presidente do PDT.

A legenda ainda não sabe quem ficará com a vaga em caso de vitória. O primeiro da fila seria o sindicalista Luiz Carlos Miranda, mas ele trocou o partido pelo Solidariedade. Em seguida vem Doutor Ronaldo, que é vice-prefeito de Sete Lagoas e, portanto, terá de escolher se fica por lá ou vem para a Assembleia. O próximo da lista, o ex-vice-prefeito de Divinópolis, Francisco Martins, também deixou o PDT e preferiu ficar sem partido. Quem pode ficar com a vaga é Carla Melo, de Ibirité.

O deputado Tenente Lúcio justificou a mudança por questões locais de Uberlândia. Segundo o parlamentar, diante de atritos internos com o PDT da cidade, ele preferiu sair, mas continua tendo uma relação afetiva com a legenda. Tanto que, mesmo depois de sair, foi a reuniões do PDT. “Fui talvez a uma ou duas reuniões e falei que o partido não tinha condições de fazer mais do que dois ou três deputados. Fui como uma pessoa que estava ajudando, inclusive financeiramente, o partido, pois desde que me entendo por gente estava no PDT e até falei com o ex-ministro Carlos Lupi que quero voltar um dia”, explicou.

Tenente Lúcio negou má fé por não ter comunicado a mudança de partido. Segundo ele, ficou a cargo do diretório municipal do PDT de Uberlândia informar ao TRE e ao Legislativo. O parlamentar disse ter provas, já que esse acerto foi “combinado por escrito”. “Fiquei sabendo pelo Estado de Minas, tanto é que estou comunicando agora à Assembleia”, disse. A informação da troca do PDT pelo PSB foi lida em plenário ontem. Enquanto prepara sua defesa com o advogado, ele aguarda o entendimento do TRE. “Está nas mãos de Deus e da Justiça. Estou fazendo as coisas com a maior naturalidade possível, não tenho nada a esconder e não há golpe. Minha vida é de uma pessoa que sempre batalhou”, disse.

A outra baixa pedetista não pode ser suprida já que o segundo nome que se desfiliou, Gustavo Perrella, foi para o um novo partido, o Solidariedade. Neste caso, por ser uma agremiação criada, a Justiça Eleitoral considera que houve justa causa e não cabe pedir o mandato.


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