Os caciques do PMDB parecem ter entendido a senha dada pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva para “afagar” e se concentrarem na exposição do mais recém-filiado às hotes peemedebistas, o filho do ex-vice-presidente José Alencar (1931/2011), o empresário Josué Alencar Gomes da Silva. Lula tem feito esforços para viabilizar a candidatura em 2014 de Josué ao governo de Minas. Após a filiação, será dado o primeiro passo, na próxima segunda-feira (4), em Belo Horizonte, quando o empresário será protagonista de uma reunião especial, em |Belo Horizonte, com a presença de lideranças regionais e nacionais do PMDB. Apesar de a reunião ser motivada para saudar os recém-fliados ao partido, conforme acentua a nota divulgada nesta quarta-feira, Josué é o único  nome grafado no texto. Os peemedebistas  também destacam que o empresário e virtual candidato no ano que vem estará  à disposição para uma coletiva à imprensa.

Preferência

Em sua articulações pelos rearranjos da base aliada do governo Dilma com alvo nas eleições de 2014, Lula não tem escondido sua preferência pelo filho de José Alencar para disputar o governo de Minas.

Entre os petistas, a filiação de Josué ao PMDB abriu uma crise que atingiu não só petistas como também alguns peemedebistas mineiros. Parte de uma ala do PMDB ensaia lançar a candidatura do senador Clésio Andrade, que admite estar disponível para assumir a candidatura.

No PT, o ministro do Desenvolvimento, Industria e Comércio, Fernando Pimentel tem sido lembrado pela ala majoritária do partido para disputar o governo de Minas no ano que vem. Em contrapartida, Lula não só comandou a operação de filiação de Josué, cortejado por outros partidos, incluindo o PT, mas como fez questão de estar presente no dia da filiação, em Brasília, que aconteceu no Palácio Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Pimentel tem a seu favor a amizade de longa data com a presidente Dilma Rousseff desde a época quando militavam na clandestinidade em organizações de esquerda que lutavam contra a ditadura militar. No entanto, Lula tem dado o tom das articulações nas hostes petistas para levar adiante o projeto de reeleição de Dilma no ano que vem.

É com esse cacife que Pimentel  poderá ser descartado, além de não ter como aliada manter uma relação de muitas afinidades com Lula. O motivo seria, segundo circula nas rodas petistas, o fato de o hoje ministro e ex-prefeito não ter tido a aprovação de Lula quando, a revelia da cúpula petista, rifou o PT da disputa da prefeitura em 2008 ao apoiar a candidatura do agora prefeito Marcio Lacerda.