Tucanos fazem pressão para que Anastasia se candidate ao Senado - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS - 16/10/13 Não é um desejo pessoal e ele passou os últimos meses negando que seja candidato ao Senado no ano que vem, mas são cada vez maiores as chances de o governador Antonio Anastasia concorrer ao cargo pelo PSDB. Com o avanço das costuras para formar uma chapa para concorrer à sua sucessão, com o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) sendo candidato ao governo e o presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PP), o vice, as negativas categóricas que eram feitas a aliados estão diminuindo. Em vez disso,  Anastasia tem adotado um ar de resignação.

“Nos últimos dias a postura mudou. Ele estava mais rígido, sendo contra, e hoje já diz que se houver uma necessidade grande pode estudar”, conta um aliado. Nos bastidores, a pressão está aumentando principalmente por causa da viabilidade da candidatura, que é dada como um caminho certo para conseguir mais uma vaga para o PSDB no Senado. Anastasia tem mais de 60% das intenções de voto, segundo pesquisa EM Data/Ufla/MDA divulgada este mês.

O governador sentiu na pele a demanda da militância em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, na segunda-feira. O pré-candidato a presidente e senador Aécio Neves fez um encontro com lideranças locais levando a tiracolo Pimenta da Veiga e Dinis. Anastasia foi aclamado como senador e pediu que baixassem a bola. O líder da maioria na Assembleia, deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB), diz estar mais otimista em relação à candidatura de Anastasia. “Outro dia brinquei com ele e achei interessante porque, antes, ele dizia não, mas agora não descarta de cara”, afirmou. O tucano emendou dizendo ser uma liderança da qual o partido não pode abrir mão.

Segundo o líder do governo, Bonifácio Mourão, nada está definido. Mas, como aliado de longa data e conhecedor do governador, o parlamentar arrisca um palpite. “O Anastasia nunca postulou cargo. Não partiu dele ser vice-governador nem governador. Em ambos os casos foi convidado, ou quase convocado, e isso também pode ocorrer para o Senado”, disse. “Ele vai por missão”, reforça outro apoiador.

Por vontade pessoal, dizem os próximos, Anastasia gostaria de advogar, mas sua saída do governo para concorrer ao Senado resolveria outra equação: dará ao atual vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) a chance de ser governador por nove meses. Ele era um dos outros postulantes à sucessão ao Palácio da Liberdade, que teve de abrir mão para um tucano. Outro deles, o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nárcio Rodrigues, já aderiu à pré-candidatura de Pimenta. Resta ainda apaziguar o presidente do PSDB de Minas, deputado federal Marcus Pestana, que continua atuando no interior em busca de adesões para ser ele o nome para o governo.

Encontro

A bancada estadual do PSDB e alguns deputados estaduais de partidos da base como PDT, PV e DEM almoçam hoje com Pimenta e Dinis. Os parlamentares vão manifestar apoio à chapa que agrega o presidente da Assembleia e esperam um aval para começar a espalhar a notícia. “Vamos dizer que estaremos juntos na campanha e que estamos prontos para ajudar. Queremos também escutar qual a visão dos dois sobre o processo eleitoral e saber as coordenadas, porque os deputados não param de viajar”, adiantou o organizador do almoço, Gustavo Valadares. O encontro deve reunir 20 deputados.

Pimenta afirmou que não vai cometer a indelicadeza de pedir apoio num encontro para o qual foi convidado e que candidaturas só existem depois da convenção partidária. O pré-candidato admitiu, porém, que o convite foi para falar de sucessão. O tucano não se furtou a opinar sobre quem deve acompanhá-lo no restante da chapa. “Não á dúvida de que o governador Anastasia é o melhor candidato ao Senado. Ele tem dito que está envolvido nas questões do governo, mas minha opinião é de que devemos insistir com ele, pois é o melhor nome”, afirmou.