Os desmandos do ex-prefeito de Pirapora Warmillon Braga – hoje preso na Penitenciária Nélson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte – têm preço e a conta começa a ser apresentada à população da cidade. O Ministério do Turismo está cobrando o ressarcimento de R$ 1,395 milhão referente apenas a três convênios, de 2010, para realização de festas na cidade. Ironicamente, uma delas recebeu o nome de Natal Feliz. Nenhuma das prestações de contas apresentadas pela administração foi aprovada, de acordo com o Ministério do Turismo, que repassou R$ 200 mil para a Micareta, R$ 300 mil para o evento Forrozando, além de outros R$ 500 mil para o Natal Feliz. A conta salgada teve o acréscimo de correções no valor de quase R$ 400 mil, atualizadas até o mês passado, aprofundando a crise do caixa municipal, conforme correspondência do governo federal à advogada Myrian Figueiredo, autora das denúncias de irregularidade.
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Delinquência
Ao negar habeas corpus ao ex-prefeito no processo que apura a falta de licitação para a contratação de músicos para a festa do centenário, o desembargador Flávio Batista Leite foi duro com Warmillon e afirmou: “Ele é vezeiro na delinquência”. E foi ainda mais longe: “Além de responder ao processo que deu causa à prisão preventiva que aqui se busca desconstituir, no qual é acusado de fraudar licitação para contratação (superfaturada) de diversos artistas nacionais renomados para o show de comemoração do aniversário da cidade, o paciente, que foi prefeito por duas vezes de Lagoa dos Patos (1997/2004) e por duas outras vezes de Pirapora (2005/2012), ambos mineiros, coleciona uma vasta gama de processos criminais e por improbidade administrativa e ainda é investigado em vários inquéritos policiais”.
O político recebeu ainda um puxão de orelha do desembargador: “E os delitos em tela não causam só a perturbação da ordem pública, mas, também, na medida em que solapam o patrimônio público, causam prejuízo direto à população, que se vê à míngua dos serviços públicos de saúde, educação, saneamento, etc., cujos recursos são, em tese, diuturnamente arrebatados por administradores corruptos.
O Estado de Minas entrou em contato com a Prefeitura de Pirapora e foi encaminhada para falar com o secretário de Planejamento, Célio César, que não atendeu à ligação nem retornou, apesar de informado sobre a demanda.