A Associação Nacional dos Oficiais de Inteligência (Aofi) questionou nesta quinta-feira, em nota, decisão do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, de aconselhar a aposentadoria do agente 008997. O agente colaboraria com o governo dos Estados Unidos, mesmo após ser descoberto pelo Departamento de Contrainteligência da Abin, e sem os procedimentos administrativos condizentes com o caso.
No início da semana, a Aofi afirmou que estudava ingressar com ação no Ministério Público (MP) para investigar o diretor-geral da Abin por crime de prevaricação. Depois de questionar a "parcialidade com que o caso foi tratado pelo diretor-geral", a Aofi diz que "não deve condescender com a desmoralização do trabalho realizado por nós, servidores da Abin, bem como com o prejuízo à imagem da instituição". De acordo com a direção da associação, o caso merece atenção, dada a gravidade da acusação quanto à conduta do servidor aposentado e à decisão de Trezza de não tomar os procedimentos administrativos necessários.
A Aofi lembra que, em caso recente, o ex-servidor Willian Tomazi Nogueira, que teria agido com conduta questionável, foi exemplarmente demitido. Mas, ressalvando que, no caso do suposto agente duplo, o servidor teria sido aconselhado a se aposentar, recebendo proventos integrais, sem qualquer investigação administrativa ou criminal.