Jornal Estado de Minas

Pimenta da Veiga e Dinis Pinheiro dão a largada na disputa de 2014

PSDB e partidos aliados querem pré-candidatos na estrada

Alice Maciel

Pré-candidato ao governo, Pimenta deve ter Dinis com o vice - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

 Depois de ter sido lançado publicamente como candidato ao governo do estado na segunda-feira, durante encontro tucano em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga (PSDB) iniciou ontem as articulações com os deputados da base governista em almoço com parlamentares do PSDB, PDT, PV e PTB. Participou do encontro o presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), cotado para ser o candidato a vice-governador. Os deputados querem colocar o mais rápido possível o bloco na rua, mas aguardam o sinal verde do senador Aécio Neves (PSDB).

“Está na hora de deslanchar e começar este trabalho”, defendeu o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT). O deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB) reforçou que a bancada governista quer que o nome do PSDB ao Palácio da Liberdade seja colocado oficialmente. “O nome já está bem encaminhado. Para aqueles que conseguem ler nas entrelinhas já sabem qual é”, disse, referindo-se a Pimenta da Veiga. Segundo ele, os parlamentares estão sentindo “um misto de aflição e ao mesmo tempo de ansiedade” para começar a percorrer o estado com o candidato. “Está passando da hora, porque nossos adversários já estão em campo”, acrescentou, referindo-se às movimentações do pré-candidato da oposição, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT).
Apesar de cauteloso, Pimenta adotou discurso de candidato. Depois de ressaltar o apoio que recebeu dos deputados, ele disse que a reunião foi definidora: “Ela foi muito clara, muito objetiva e nos dá a enorme responsabilidade”. Para ele, o anúncio oficial do candidato não é o mais importante. “A questão fundamental é isso que vocês viram aqui. Estamos todos unidos. Estamos todos trabalhando para o mesmo objetivo, que é um trabalho conjunto em que eu estarei, o Dinis estará e os demais deputados”, afirmou.

O ex-ministro disse que vai conversar com todos os partidos. “Nós falaremos com todos para ouvir as opiniões, as reivindicações, mas, sobretudo, ouvir as sugestões para essa campanha, que, nós não temos dúvida, vai ser uma campanha disputada, acirrada, em que precisa, portanto, do envolvimento integral de todos os que são ligados à aliança vitoriosa de Minas Gerais”, conclamou.

Chapa


Pimenta ressaltou estar junto com Dinis Pinheiro. “O nosso trabalho é harmônico, não há entre nós nenhuma divergência”, observou. Para Gustavo Valadares, no entanto, apesar de o nome de Dinis ser apoiado pela maioria, é “temeroso” fechar a chapa agora, concluindo as conversas com outras legendas. “Há muito o que percorrer até o período das convenções em julho do ano que vem”, justificou.

Dinis Pinheiro evitou confirmar a pré-candidatura. “Os grandes maestros dessa orquestra de Minas são Alberto Pinto Coelho (vice-governador), Anastasia e Aécio. E nessa orquestra tão bem conduzida por esses maestros eu toco até o bumbo”, brincou.

Anastasia

Pressionado por aliados para ser candidato ao Senado, o governador Antonio Anastasia (PSDB) disse ontem que a formação da chapa será discutida no momento oportuno. “Tenho uma inclinação que é sabida, conhecida e notória muito mais para as funções do Executivo do que do Parlamento”, reiterou ele, sem descartar a possibilidade. “Não estava nos meus planos a candidatura. Isso todos nós sabemos, mas eu volto a dizer: isso vai ser discutido coletivamente”, afirmou. A declaração foi feita durante solenidade na Cidade Administrativa em que o governador entregou 60 máquinas e caminhões para prefeitos de 42 cidades. Anastasia criticou a concentração de recursos nas mãos do governo federal, que na visão dele prejudica os estados e municípios, e pregou o “robustecimento” da federação.